Fechada desde 2017, por motivos de segurança, a Igreja Imaculada Conceição ou Minervina Corrêa, como é conhecida, reabriu suas portas para o início das obras da primeira etapa do projeto de restauro, que está sob responsabilidade da arquiteta Simone Neutzling, de Pelotas.
Segundo o Padre Waldeir da Paixão, durante o período em que a igreja esteve fechada foi construído um projeto de restauro, que foi encaminhado para ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aprovado. Com isso, o próximo passo é a captação de recursos. “Uma vez que o Iphan não possui o recurso para a obra, a paróquia está buscando outras alternativas. Foi feito uma grande rifa, na qual foi arrecadado mais ou menos R$210 mil e este dinheiro será investido nessa primeira etapa, que é o estuque, telhado, parte hidráulica e elétrica”, disse.
Para a restauração total da igreja, no entanto, é preciso cerca de R$ 2 milhões. “Para conseguir o restante estamos captando também projetos culturais via Imposto sobre Circulação de Mercadorias, e Serviços (ICMS), buscando empresas que queiram apoiar. Aceitamos qualquer ajuda. Esse patrimônio não é só da igreja, é nosso, é da cidade heroica, muitos turistas que por aqui passam têm anseios de conhecer a igreja azul, pela sua curiosa história”, disse.
Quanto a importância do templo restaurado, Waldeir aponta que os católicos poderão se encontrar para celebrar sua fé em um espaço que, para eles, é muito especial. “A partir do momento que o templo estiver aberto podemos se reencontrar para celebrar a fé, que é mais que um sinal, é uma estrutura, um patrimônio cultural”, afirma.
A história
Concluída em 1912, após três anos de obras, a torre do local, do solo ao cume, tem 45 metros.
Segundo as versões, contadas de geração a geração, Minervina Carolina Corrêa construiu esta igreja após ser devolvida a família por seu marido, que alegava que ela não era mais pura. Há depoimentos que indicam que o templo foi fruto de uma promessa para poder frequentar a igreja, já que havia sido proibida de frequentar outro local por ser considerada uma “pecadora”.
Segundo a tradição, foi por isso, ou então para dar algum tipo de resposta, que Minervina viajou a Roma e obteve do Papa a licença para construir uma nova igreja no município.
Bem no centro do altar, mandou colocar uma imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Minervina morreu em 1954, um dia antes de completar 93 anos. Seu corpo saiu da igreja que construíra, em cortejo até o cemitério da cidade. Depois disso, o casarão virou casa paroquial, e a capela, paróquia católica e atração turística. Mas, um dia, Minervina voltou. Seus restos foram trasladados e hoje encontram-se no interior da igreja. Estão mais perto de uma inscrição meio oculta na lateral do altar, que ela mandou gravar no mármore: “Nossa Senhora da Conceição Rogai por mim – Minervina”.
