A atividade leiteira no Rio Grande do Sul é a responsável por gerar grande parte de emprego, renda e tributos. Desta forma, deveria ganhar mais atenção do poder público com políticas públicas voltadas à pecuária leiteira. Há pouco tempo, setor leiteiro era considerado uma atividade secundária capaz de complementar a renda das famílias e diminuir o risco de prejuízo no cultivo de outras culturas.
Com os anos, a visão do homem do campo foi se modificando e, a partir dos anos 2000, a produção de leite passou a ser vista como bom negócio em muitas propriedades, tornando a principal atividade. Hoje, uma propriedade de 10 ou 15 hectares é considerada como pequena propriedade na produção de grãos, mas se investir na atividade leiteira poderá se transformar num grande produtor de leite, aumentando consideravelmente a renda da família.
Em Capão do Leão o produtor rural João Carmelato, proprietário de aproximadamente 15 hectares na Hidráulica, 4º Distrito, decidiu investir na produção de leite. Ele é o oitavo produtor contemplado com o projeto de instalação de irrigação por aspersão, que ocupará apenas um hectare da área total de sua propriedade.
O projeto é do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), que possui recursos subsidiados, cabendo ao produtor rural o pagamento de apenas 20% do valor do projeto. Nesse caso, o valor investido é de R$ 15.680,00, sendo pago pelo produtor rural apenas R$ 3.136,00.
Os facilitadores desta parceria é o Executivo, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Emater/RS-Ascar. As valetas que receberão todo o encanamento para a irrigação foram abertas pela pasta. Nesta propriedade, foi utilizada uma área de um hectare e foram gastos cerca de 750 metros de canos de 50 milímetros, 228 metros de canos de 75 milímetros e 40 aspersores. Uma bomba elétrica puxa água do açude, que é jorrada no local de plantação.
“Esse projeto é muito importante para os pequenos produtores. Sozinho, eu não teria condições de executá-lo. Meu objetivo é de aumentar a produção leiteira e continuar nessa atividade estando de acordo com as novas normativas da produção leiteira”, explicou Carmelato.
De acordo com o técnico agrícola da Emater, Edenilson Batista de Oliveira, um dos critérios para os produtores rurais serem contemplados com a iniciativa é que o produtor possua disponibilidade de água armazenada na propriedade. “Não são todas que dispõe deste recurso. Mas, as que possuem, são enquadradas no projeto e avaliadas pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (Comder)”, explicou o técnico, que acrescentou: “Estamos trabalhando com a ideia de que ao invés de produzir grandes áreas sem tecnologia, passemos a cultivar áreas menores, porém com maior controle e precisão, sendo que neste caso, a irrigação minimiza às chances de frustração”, concluiu Oliveira.