Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada oficialmente pela Câmara Municipal de Vereadores de Capão do Leão para apurar, entre outras ações, uma suspeita de desvio de combustíveis no município. O colegiado terá 90 dias para apurar os fatos, prazo que pode ser prorrogado caso necessário.
Segundo o vereador Jhulian Ferreira, sem partido, que propôs a criação da comissão, o caso surgiu na cidade através de um boato, que começou a ganhar as redes sociais e alcançou proporção pública. “Após tudo isso, fiz um pedido de informação, solicitando relatório de abastecimentos, média de gasto por campo e campos cortados no período de janeiro de 2021 até março deste ano, data que fiz o pedido de informação, não havendo as respostas por completo, mas pelo pouco que tive já encontrei algumas irregularidades o que ocasionou a abertura da CPI”, explica.
Os campos aos quais se refere o parlamentar são espaços para prática de esportes, que são cortados regularmente pela prefeitura. Entre as irregularidades citadas por ele, está a falta de esclarecimento acerca do consumo de combustível para realizar o corte do gramado. “Do final de janeiro até começo de fevereiro, cortaram três campos de futebol. Em cada campo, a média de gasto é de oito litros, só que neste período pegaram 75 litros de gasolina e gastaram apenas 24”, expõe.
O caso é um dos exemplos que embasam a CPI, além de constar no relatório da comissão e no Portal da Transparência.
Na terça-feira (25), um sorteio realizado no plenário durante a sessão ordinária definiu os nomes que irão compor a CPI. O processo foi conduzido pelo presidente do Sindicato dos Municipários de Capão do Leão, Marcos Alves Rodrigues. Conforme sorteio, Jhulian Ferreira será o presidente da Comissão, Edimar de Barros, o Thyzyu (PDT) será relator, e Valentin Aguiar (Progressistas) o secretário.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Capão do Leão afirmou, por sua vez, que o Executivo tomou todas as providências cabíveis quando ficou sabendo do ocorrido e que, na época do fato, o suspeito atuava no Departamento de Cultura. Além disso, uma sindicância foi aberta pelo município para apurar a situação e tomar as medidas cabíveis. Ainda segundo a assessoria, a prefeitura ainda não foi notificada pela Casa Legislativa e, portanto, ainda não irá se manifestar sobre a instauração da CPI.