
O dia 25 de julho é uma data marcante também para os motoristas. A classe trabalhadora que percorre as estradas pelo Brasil tem sua data de reconhecimento ao lado daqueles que produzem alimentos, os colonos.
O JTR conversou com um motorista, que é um entre os tantos que encaram diariamente o desafio de percorrer caminhos muitas vezes desconhecidos para carregar diferentes cargas que contribuem para o desenvolvimento econômico do país. “O maior desafio, entre muitos, é a distância da família. Nem um outro incomoda tanto quanto a saudade, a falta e a preocupação com a família”, afirma o caminhoneiro canguçuense de 42 anos, Diego Oliveira Vergara.
O caminhoneiro conta que desde muito pequeno já sabia que queria ser motorista inspirando-se em seu pai, que tinha essa profissão e o carregava junto em algumas viagens. “A forma com que lidava com cada situação, tudo me deixava encantado. Queria ser como ele”, relembra.
Com mais de 22 anos de estrada, ele afirma amar o que faz, tendo começado de forma humilde, com um caminhão menor, mas sempre com o sonho de ter um grande veículo de carga para trabalhar por conta própria. Hoje, Vergara trabalha de forma autônoma carregando diferentes tipos de carga de acordo com a demanda. “Conforme a necessidade aumenta, esta rotina se intensifica ainda mais. Nossos dias na estrada se dividem entre filas de espera para carregamentos ou descarga, que podem durar dias, e a estrada”, detalha.
Apesar de toda sua paixão pelo trabalho, o canguçuense conta que já passou por momentos difíceis que, infelizmente, tornam-se possíveis dentro da realidade de profissionais como ele.
Em outubro de 2023, o caminhoneiro foi vítima de um sequestro seguido de roubo, no interior do Estado de São Paulo. “Quatro bandidos armados me sequestraram e roubaram meu caminhão. Havia 30 dias que tinha adquirido uma carreta 0km, não tinha atualizado o seguro, nem pago a primeira prestação. Fiquei 23h em poder dos bandidos, trancado em um quartinho, com os quatro armados me vigiando o tempo todo”, relata.