Pitaya diversifica produção no agronegócio de Arroio do Padre

Produtor Gilnei Tessmann Hörnki afirma estar satisfeito com a produção de, em média, 80 flores por pé, com frutas, cada uma, em torno de 380 a 400 gramas. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Em uma área de apenas 33 metros quadrados, o produtor Gilnei Tessmann Hörnki tem dado o que falar no Arroio do Padre com a produção de 100 mudas de pitaya, que trouxe do município de Arroio Grande há alguns anos. Não se arrepende. “Já tirei o investimento dela há muito tempo”, afirma, satisfeito.

Dos cem pés plantados no entorno da casa onde mora, na avenida 17 de Abril, Hörnki diz que a produção em média é de 80 flores por pé, com frutas, cada uma, em torno de 380 a 400 gramas. Uma performance que ele pretende ampliar se futuramente tiver terra própria. Atualmente, sua principal fonte de renda se dá em cinco hectares arrendados onde planta milho, produz silagem e triticale.

“É investimento para longo prazo, é uma fruta que produz para 20, 30 anos, é um bom negócio, apesar do clima”, garante.

O produtor afirma que embora o clima não seja o mais propício, não é capaz de inviabilizar a produção. De acordo com ele, a pitaya se adapta bem às condições climáticas do Arroio do Padre, particularmente onde plantou o pomar, em uma região elevada. “Se ressente do frio, do frio rigoroso, do geadão, esse sim é o que mais afeta o desenvolvimento da planta”, alerta.

Hörnki tem 100 mudas de pitaya, que levou de Arroio Grande, plantadas em terreno no entorno de sua residência,
na avenida 17 de Abril. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Outra produtora do município, que plantou 500 mudas em um terreno de baixada, não teve a mesma sorte. Hörnki reforça: “A geada é a grande inimiga, na seca se adapta, mais que com a geada”.

Mesmo assim, em localidades onde o frio é mais rigoroso que em Arroio do Padre, como em municípios do Planalto catarinense, os produtores de pitaya superam a adversidade climática por meio da irrigação, o que dá certo. “É uma fruta que demanda ao produtor se adaptar a ela”, recomenda. “Eu me adaptei”.

Hörnki conta que começou a plantar as primeiras mudas há três anos. Se decidiu por ela após ouvir comentários positivos e por achar “um troço chamativo”.

Nesta safra, “muito boa”, segundo ele, as primeiras frutas começaram a aparecer em novembro, atravessaram o verão e ele confia que continuará colhendo “abril adentro”. No ano passado chegou a colher as últimas unidades de pitaya no final do inverno, em setembro.

Foi uma superprodução. Além de comercializar in natura para consumidores que visitam o Arroio do Padre a turismo e a negócios, encaminhou o excedente para o Ceasa, em Pelotas. Acredita que o fenômeno se repete este ano. “É viável investir, em pequena propriedade vale a pena”, celebra.

Manejo

“É fácil”, diz ele sobre o manejo. Não são necessárias mais que três adubações, com insumos orgânicos e químicos. Na brotação o envolvimento é maior para fazer as podas. Os consumidores elogiam o sabor e a textura cremosa. Caso venha a adquirir terras próprias, além de ampliar o pomar, pretende com a ajuda da Emater/RS-Ascar abrir uma agroindústria para “inventar” geleias e doces à base da fruta. Até lá, continuará produzindo para consumo próprio, para vender para o Ceasa e “para quem aparecer”. “É fruta boa de comer e de cuidar”.

Fruta possui substâncias antioxidantes e estudos apontam diversos benefícios com o consumo regular, como a prevenção de doenças. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Propriedades

O sabor adocicado e suave, conjugado às propriedades nutricionais, fazem a pitaya despertar a atenção e o interesse dos consumidores brasileiros.

Por conter substâncias antioxidantes, estudos apontam que o consumo regular da fruta tem poder para prevenir doenças como o câncer, diabetes, complicações cardiovasculares e respiratórias. É rica em fósforo, cálcio e fibras – cujo consumo adequado reduz o risco de desenvolver hipertensão arterial, diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e desordens gastrointestinais. A semente da fruta também é digna de nota: apresenta um óleo que funciona como laxante e está relacionado com a diminuição dos níveis de colesterol total e LDL.

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