Reeleito para um segundo mandato à Câmara de Vereadores na última eleição municipal, em 2020, com pautas ligadas à agricultura e ao desenvolvimento, o presidente do Legislativo, Juliano Hobuss Buchweitz (Progressistas), de 33 anos, sabe onde se concentram os gargalos que impedem o Arroio do Padre de experimentar um maior crescimento econômico.
Por isso, como vereador e presidente da Casa, Buchweitz promove articulações com vistas à melhoria do abastecimento de água e de energia elétrica ao município. O progressista esteve presente nas reuniões que debateram a questão na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Principalmente os serviços prestados pela Equatorial, concessionária de energia elétrica que arrematou a CEEE em abril de 2021 no processo de privatização levado a cabo pelo governo de Eduardo Leite (PSDB).
De acordo com ele, executivos da empresa prometeram investimentos até 2024. “Melhorou um pouquinho, mas continua deficitário, principalmente nos meses de verão, na colheita do fumo”, afirma o vereador.
Segundo o presidente da Câmara, a região de Picada Chaves, interior do Arroio do Padre, foi uma das mais atingidas. Produtores chegaram a ficar até 48 horas sem energia. Foram vários os casos. No entanto, um dos maiores problemas apontados foram as quedas constantes no fornecimento do serviço. Ele ouviu relatos: “Costumava ser assim: por volta das 20h da noite caía, voltava, após meia hora, caía de novo. Queimou muita coisa. Muitos tinham que deixar o gerador ligado e o custo da produção aumentou muito”, conta.
Tal situação não é nova para os produtores do município. Segundo Buchweitz, antes da privatização, o serviço também gerava descontentamento. Mas, ainda segundo o vereador, havia melhoras pontuais. Entre essas, na resposta ao atendimento. Conforme ele, neste caso, funcionava no tempo da estatal. “Nós tínhamos acesso mais rápido, e a resposta também. Hoje é bem difícil, o contato não é o mesmo. Há um funcionário designado para atender órgãos públicos, mas é bem complicado, às vezes se entra em contato de manhã e a resposta chega no fim da tarde – ou no outro dia”, lamenta.
Mas os produtores de fumo não foram os únicos atingidos pela precariedade no fornecimento de energia. Madeireiras instaladas no Arroio do Padre também sofrem. Além de arcar com o custo de produção mais elevado, muitas delas tiveram o maquinário comprometido pelas quedas constantes de energia.
O que uma Câmara de Vereadores pode fazer, então, diante dessa realidade? “Seguir mobilizando e se articulando, em reuniões como as que promovemos no ano passado, em que levamos produtores para expor o problema aos executivos da Equatorial. Estivemos também em Piratini, no fim de março, na reunião dos presidentes das Câmaras de Vereadores da Azonasul. É o trabalho que nos cabe fazer. Se não houver resultado deliberamos que vamos todos a Porto Alegre fazer pressão. Este é o caminho”, responde o presidente do Legislativo arroio-padrense.
Água
Com a estiagem que ainda perdura na região, a Câmara aprovou projetos do Executivo para a construção de poços artesianos e para um ponto de captação superficial, onde também é feito tratamento. Há um mês, a Casa deu sinal verde para sair do papel um projeto que vai abrir um novo ponto de captação. O investimento é de R$ 200 mil.
E há mais ações. Recursos que sobraram da Câmara no ano passado já foram devolvidos ao governo do Arroio do Padre. O montante, R$ 380 mil, será aplicado, após acordo entre Executivo e Legislativo, em ações que garantam abastecimento de água – problema que afeta não só o Arroio do Padre, mas vários municípios da região.
Tratamento de esgoto é outra demanda que vai desafiar a classe política, projeta Buchweitz. Segundo ele, o aglomerado urbano no município já começa a apresentar um volume maior de casas, o que fatalmente demandará uma rede, estrutura que reflete diretamente na qualidade da saúde pública e em outros dois setores tão sensíveis quanto: meio ambiente e turismo. “É algo a ser planejado, uma questão essencial, não podemos degradar nosso meio ambiente”, afirma.
Relação com o Executivo
“Bem tranquila”. Assim o presidente da Câmara dos Vereadores define a relação entre os poderes Legislativo e Executivo no Arroio do Padre. Segundo Buchweitz, o contato é próximo e o diálogo com o prefeito Rui Carlos Peter (União) é constante tanto para viabilizar projetos como para aparar arestas entre os dois poderes “para que fique melhor para a população”, aponta.
Com a comunidade a relação, segundo ele, também é de proximidade. A participação, porém, reconhece que é pequena. Como tentativa de aproximar a população do Poder Legislativo, cuja qualidade é fundamental para o aprimoramento do regime democrático, a Câmara recorre às redes sociais. Todas as sessões na Casa têm sido transmitidas pela página da Câmara no Facebook. “Temos tido bons resultados, com mais de mil visualizações em algumas sessões”, observa.
A meta é melhorar a transmissão pela plataforma. Orçamentos já foram buscados para contratação de uma empresa especializada. Até aqui, no entanto, nenhum acessível financeiramente para a realidade local, justifica o presidente. Um canal direto com a população via WhatsApp e a pavimentação do pátio, com direito a estacionamento, também estão entre os objetivos do Legislativo do Arroio do Padre.
Festa
A expectativa é grande para as festas que ocorrerão no fim de semana. Buchweitz espera um público ainda maior que o registrado nas edições realizadas até 2019. “O pessoal está saindo mais agora. Esperamos que tudo corra bem e a estrutura possa atender a todos. A festa é o que mostra o Arroio do Padre, nosso turismo se vale muito dessa festa, vai trazer público que vai incrementar o setor”, projeta.
Por fim, o vereador relembra que o acesso ao município pela ERS 737, antiga Federeca, está todo asfaltado, o que melhorou “sensivelmente” o deslocamento até para moradores da zona rural de Pelotas, e convida a população de todos os municípios da Zona Sul a visitarem o Arroio do Padre neste fim de semana.
“Temos belezas naturais, gastronomia, um povo hospitaleiro e receptivo, estão todos convidados a vir prestigiar nossos 27 anos de história como município, nossa 18ª Festa Municipal e a 14ª Festa Regional do Caqui e da Maçã”.
