Grupo de produção orgânica de Turuçu qualifica ações após dois anos de atividades à distância

Em abril, grupo esteve reunido na propriedade da família Silva, com a presença, da esquerda para direita, de Veronica Christ Tuchtenhagen, Francisco Orli Alves, Paulo Ronaldo Alves, Leci Behling Alves, (cachorra Lupita), Josiane Rodrigues Vahl da Silva, Janaína Silva da Rosa (Emater), Lidiane Hartwig Ramson e Margareth Fiss. (Foto: Arquivo Pessoal)

A busca por alternativas para a produção de alimentos limpos que respeitem o consumidor e o meio ambiente é o objetivo do grupo do Organismo de Controle Social para produção orgânica (OCS) “Orgânico é vida”, de Turuçu, registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desde 2019. Porém, a caminhada do grupo, que hoje conta com oito famílias, é muito anterior a esse registro, explica a extensionista rural da Emater local, engenheira agrônoma Janaína Silva da Rosa.

Segundo ela, em 2016 já havia tratativas para a formação de um coletivo de produtores orgânicos, sendo solicitado por algumas famílias e incentivado pelos técnicos da Emater/RS-Ascar para, através do controle social, buscar a adequação à legislação e registro no Mapa para venda de produtos orgânicos direto ao consumidor.

“O processo para a obtenção do certificado de produção orgânica serviu como motivação às famílias na produção de alimentos saudáveis e em harmonia com o meio ambiente”, ressalta.

A agrônoma conta que as reuniões do OCS são periódicas, em forma de rodízio, para que todas as propriedades dos integrantes sejam visitadas. “Nessas reuniões, os técnicos da Emater de Turuçu e os agricultores tratam das normativas de produção orgânica e das responsabilidades de se criar e manter um OCS, combinando com práticas e trocas de experiências”, diz. Além dessa troca de aprendizado interna, exemplos também foram trazidos a partir de visitas realizadas para conhecer OCS’s e propriedades orgânicas em Rio Grande e São José do Norte, conta a extensionista, o que teve o apoio da Prefeitura Municipal e dos escritórios locais da Emater.

Ela explica que dentro da proposta de trabalho do grupo, um dos temas de destaque são as plantas bioativas, que foi o ponto de partida para a criação da Lei Municipal de Fitoterápicos e Plantas Medicinais, parceria entre Prefeitura Municipal de Turuçu, Câmara de Vereadores, IFSul/Cavg-RS e Emater/RS-Ascar e o projeto de extensão com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-grandense (IFSul) para assessoria e doação de matrizes de plantas medicinais orgânicas, com garantia de origem e identificação de espécie. “Almeja-se um dia produzir plantas medicinais, temperos e condimentos para comercialização na Cooperativa Municipal, no SUS e nos mercados institucionais”, ressalta.

Mesmo a pandemia não foi capaz de desarticular o grupo, que se manteve com encontros online e atividades à distância, conta a agrônoma. Já em 2022, com a possibilidade de retomada das atividades presenciais, o grupo tem se concentrado na busca de conhecimentos e práticas para manejo da produção orgânica. “No momento, de posse do certificado para produção e comercialização orgânica, o OCS Orgânico é Vida está buscando cada vez mais conhecimento, aprendizado e aplicação prática na produção orgânica”, destaca Janaína.

Durante este ano, sob orientação e o apoio técnico da Emater, o grupo tem focado suas práticas nas oficinas de demonstração de método, destacando-se as oficinas de produção de biofertilizantes enriquecidos e de caldas fitoterápicas para controle e repelência de insetos e doenças.

Na sequência serão realizadas oficinas de propagação de plantas e de poda de frutíferas. Além disso, o espaço é utilizado para troca de sementes e insumos utilizados nas propriedades. “Para muitos, a produção orgânica é algo muito recente na propriedade, outros já possuem mais prática, mas todos têm muita cautela e compromisso com o que está na legislação”, diz a extensionista, ressaltando, a união e motivação do grupo para a busca destas alternativas de produção.

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