O Prefeito Fábio Branco participou nesta sexta-feira (14) da cerimônia de inauguração da Unidade de Saúde Mental Vicença Maria da Fontoura, que está inserida no prédio do Hospital Geral da Santa Casa do Rio Grande. O ato contou com a presença da Secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann, que, além de comemorar o novo espaço, também realizou a assinatura de um contrato que destina novos recursos para a Santa Casa.
O local conta com 30 leitos, equipados com novas camas, além de móveis, refeitório e sala de atividades. Além disso, os acompanhantes dos usuários também poderão ter acesso ao quarto durante a internação.
Na prática, a nova área inaugurada representa a transferência dos leitos do Hospital Psiquiátrico Vivença Maria da Fontoura, que iniciou suas atividades em 1949 com um formato de atendimento bastante diferente do atual, e que há alguns anos atuava com apenas 30% de sua capacidade. De acordo com o presidente da Santa Casa do Rio Grande, Renato Silveira, a transferência dos leitos para uma nova unidade dentro do hospital geral representa a adequação do serviço à política de saúde mental vigente há mais de 20 anos. Ainda segundo ele, em 2022 o Hospital Psiquiátrico registrou em 2022, um déficit anual de 961 mil reais.
“Essa nova área garante um acolhimento humanizado e digno aos pacientes. Todos sabemos da necessidade de readequação e atualização tecnológica da Santa Casa nas mais diversas áreas. Então agradecemos o Governo do RS, que tem sido um parceiro fundamental na aplicação de recurso por meio do projeto avançar, e somente dessa forma é que nos foi permitido a alocação de recursos próprios para a reforma desse espaço”, conta o presidente.
Em sua manifestação, o Prefeito Fábio Branco agradeceu pela parceria e preocupação do Governo do RS com a situação de saúde em Rio Grande e destacou que o novo espaço também representa uma mudança no formato do atendimento.
“Só vamos conseguir reverter o momento difícil da saúde mudando a cultura dos tratamentos. O que estamos fazendo aqui hoje representa um rompimento, uma quebra de paradigmas, com um novo modelo de gestão para que possamos atender melhor as pessoas. Fico muito feliz de estar aqui nessa inauguração, nosso objetivo é atender mais e com mais qualidade, fazer com que a nossa rede funcione para evitar que as pessoas entrem aqui. Temos que inverter a lógica de cuidar da doença e não dá saúde. O cuidado tem que ser com a saúde das pessoas, saúde com qualidade e é esse esforço que estamos fazendo”, afirmou.
A mudança no tratamento da saúde mental também foi abordada pela Secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann, que considera o formato como uma ruptura de um modelo que não trouxe resultados.
“Poder vir a Rio Grande celebrar oficialmente que Santa Casa passa a ter 30 leitos no hospital geral pra atendimento da saúde mental é motivo sim de grande comemoração. É uma ruptura de um modelo manicomial que no mundo, no Brasil, e no RS, mostrou que não fazia reabilitação, que não fazia a recuperação, não tinha o cuidado para que os usuários pudessem ter uma vidas dignas em sociedade, resgatando sua cidadania. A gente diz isso porque as estruturas antigas não resolveram o problema da saúde mental”, comentou.
Além disso, a Secretária também reforçou a capacidade e o trabalho que a rede de saúde mental da Secretaria de Saúde realiza no município.
“Algumas regiões do estado ainda não conseguiram achar soluções que aqui encontramos. E nesse sentido é importante destacar a rede de atenção em saúde mental, a rede psicossocial do Rio Grande, porque o que se quer, justamente, é que as internações sejam transitórias, para que as pessoas possam voltar ao convívio e ao cuidado em liberdade. Então esse dia, que é histórico, é um dia para dizer sim a liberdade, para dizer sim ao cuidado, um dia para dizer que o que importa é a saúde da população”, acrescentou .
Novos recursos para a Santa Casa
Além de participar da inauguração da unidade de saúde mental, Arita também realizou a assinatura do terceiro termo aditivo ao contrato para a execução de serviços de assistência médico-hospitalar da Santa Casa.
Conforme explicou a secretária, o contrato faz referência a um recurso de quase 2 milhões de reais destinados para o hospital, com o objetivo de custear novos atendimentos na área de oncologia e, consequentemente, reduzir o tempo de espera para atendimentos, facilitando acesso e permitindo um diagnóstico precoce.
“São 353 cirurgias a mais do que já estava contratualizado e 2640 procedimentos, exames e consultas dentro das linhas de cuidado da área”, conta.
Além disso, ela ainda esclareceu que o contrato prevê a disponibilidade de leitos de enfermaria clínica.
“No contrato também consta outro serviço, que a região sul já tinha evoluído, que é a adesão dos serviços hospitalares na rede de urgência e emergência. A UTI a Santa Casas já tinha, mas não tinha leitos de retaguarda. Isso significa que nesse contrato de hoje são 40 novos leitos de retaguarda, de enfermaria clínica, representando um incremento de receita de 500 mil reais mês”, diz.
