Rio Grande: Primeira prefeita eleita no município garante gestão voltada para a comunidade

Darlene Pereira (PT) obteve 49,13% dos votos e será a primeira mulher a governar a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul (Foto: Adilson Cruz/JTR)

O programa Zona Sul em Movimento deu sequência às entrevistas com os prefeitos eleitos nas cidades da região para saber quais são seus planos para os próximos quatro anos. Nesta semana, o jornalista Carlos Machado conversou com a prefeita eleita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT).

Confira os principais trechos da entrevista:

Entre os dias 2 de setembro e 6 de outubro, a vida da assistente social Darlene Pereira, de 62 anos, deu uma guinada incrível. Então coordenadora da campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) em Rio Grande, Darlene foi escolhida às pressas para substituir Halley de Souza – que desistiu de concorrer – e 35 dias depois estava eleita com 48.141 votos (49,13%) e será a primeira mulher a governar Rio Grande em 287 anos.

Assistente social há 35 anos e coordenadora do Gabinete de Programas e Projetos Especiais da Prefeitura durante a gestão do prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT), a prefeita eleita conhece bem a cidade e seus problemas. A partir disso, aponta a saúde, a educação e a infraestrutura urbana como suas prioridades.

“A gente precisa melhorar a qualidade da educação, isso é fundamental. E para fazer isso não precisa muito: precisamos ter professores em sala de aula, monitores auxiliando as crianças, boa alimentação e um forte trabalho pedagógico nas séries iniciais, pois caímos bastante nos índices das séries iniciais”, comentou.

Com um orçamento estimado em R$ 1,3 bilhão para 2025, mas com um déficit orçamentário de R$ 100 milhões e 58,5% das receitas comprometidas com a folha de pagamento – o que representa 7,5% acima dos 51% permitidos pela Lei de Responsabilidade fiscal – Darlene sabe que não terá dinheiro sobrando em 2025. Então, busca alternativas para dar respostas aos problemas, especialmente da saúde e da infraestrutura, que exigem investimentos pesados.

“Precisamos investir muito na atenção primária da saúde, porque investindo na atenção primária tu vais reduzindo aos poucos a demanda da média e alta complexidade, que são as especialidades e esse é o foco do problema”, disse.

Para melhorar os cuidados com a infraestrutura da cidade, especialmente da limpeza urbana, a prefeita eleita aposta, inicialmente, em uma reforma administrativa que está em análise e na qual a Secretaria de Zeladoria deve ser desmembrada para melhor atender tanto os serviços urbanos, como as obras de infraestrutura. A criação de uma Secretaria do Interior para atender os distritos rurais também está nos planos da prefeita eleita.

“Não há como desenvolver a agricultura se não se tem uma estrutura voltada para atender o interior do município. O que se tem hoje são subprefeitos que ficam de pires na mão no gabinete do prefeito à espera de recursos. Não se tem máquinas, não se tem patrolas. Nós vamos ter um cuidado maior com o interior, estar perto destas comunidades e garantir estrutura para atender as demandas”, afirmou.

Desenvolvimento Regional

A retomada do Polo Naval do Rio Grande, a partir do início da construção de quatro cascos de petroleiros para a Petrobras no Estaleiro EBR e a prospecção de petróleo na Bacia Pelotas, são apontadas pela prefeita eleita como uma realidade que voltará a mudar o panorama e a economia regional. Dentro deste contexto, a construção de parcerias e ações conjuntas com os prefeitos petistas eleitos Fernando Marroni (Pelotas), Luiz Mainardi (Bagé) e Zelmute Marten (São Lourenço do Sul) são vistas como estratégicas por Darlene.

“Acredito no desenvolvimento regional e, para isso, é muito importante essa integração de forças, pois é papel do Poder Público incentivar a economia e promover ações complementares de incremento do desenvolvimento. Já estamos pensando no desenvolvimento conjunto da região com o Marroni, o Mainardi e o Zelmute”.

Ao mesmo tempo, Darlene defende que o município deve se preparar e planejar a retomada dos grandes investimentos para evitar problemas, como o crescimento urbano desordenado, experimentado na primeira etapa do Polo Naval a partir de 2006. “Acreditamos na retomada do Polo Naval, que já é uma realidade, mas espero que desta vez se avance aos poucos para que possamos dar conta tanto do desenvolvimento econômico, como do crescimento ordenado da cidade”, disse.

Participação popular

Eleita com o discurso de que irá dedicar seu governo a cuidar das pessoas, Darlene diz que irá cumprir o compromisso. O primeiro passo será a construção de espaços de participação popular no governo para que a população se sinta integrada à administração municipal. A manutenção de um diálogo franco e amistoso com toda a Câmara de Vereadores e não apenas com a bancada governista, que terá oito vereadores, é outro sinal que a prefeita eleita envia com relação a garantir voz para todos nas decisões dos temas que influenciam na vida de todos os rio-grandinos. “Me elegi para trabalhar pela comunidade e é isso que irei fazer”, declarou.

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