Pensando em disseminar conhecimento e trabalhar a educação ambiental nas escolas do município do Rio Grande, a Secretaria do Meio Ambiente (SMMA), busca levar o projeto Polinizando o Pampa para os espaços escolares, com o objetivo de ressaltar a importância da criação de abelhas da espécie Jataí, que não possuem ferrão, para o equilíbrio do ecossistema e da existência humana.
No final de junho, no Auditório da Justiça Federal, onde está localizada a SMMA, foi realizada a primeira capacitação inicial com as professoras de cinco escolas selecionadas pelo projeto. A capacitação foi coordenada pelas biólogas Rosana Halinski e Tatiana Kaehler, do escritório Halinski Soluções Ambientais e Estatísticas, empresa vencedora da licitação.
Durante a capacitação, as educadoras receberam orientações sobre a espécie, ressaltando a importância da conservação das abelhas sem ferrão nos processos de polinização, já que cada escola receberá uma colmeia didática em prol da educação ambiental e fomento à preservação e sustentabilidade da região. A proposta é que as professoras sejam multiplicadores do projeto e que os pais visitem as escolas para conhecerem as abelhas sem ferrão e desmitificar que nem todas as espécies têm ferrão. “Por meio de atividades didáticas, pensadas exclusivamente para eles, os alunos irão manusear as abelhas com uma colmeia didática e aprender sobre a biologia e o comportamento delas”, destacou Halinski.
Denise Bastos das Neves, diretora da escola Sylvia Centeno Xavier, localizada na Ilha dos Marinheiros, umas das regiões beneficiadas com o Polinizando o Pampa, e que atende 45 alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental , disse que a capacitação foi positiva e inovadora: “As biólogas esclareceram as nossas dúvidas, principalmente em relação a responsabilidade de ter uma colmeia em uma escola, e a incapacidade dessas abelhas ferroar.Estamos tranquilas quanto a isso. Apostamos no engajamento dos alunos no projeto, e acredito que eles terão uma nova possibilidade de produzir mel para a família com o envolvimento e as novas perspectivas que certamente surgirão”.
Na opinião do Secretário Municipal do Meio Ambiente, Pedro Fruet, é mais uma etapa vencida e muito importante. “Na verdade, é através da capacitação dos professores, que vamos conseguir capitalizar o conhecimento, principalmente ao que se refere à necessidade de conservação das abelhas como agentes polinizadores para incrementarmos a biodiversidade do município. Estamos plantando essa semente para as futuras gerações e com isso vamos restaurar nosso ecossistema. O mais importante é a formação dos professores que vai deixar um legado para as crianças que são os verdadeiros agentes transformadores do futuro”, concluiu Fruet.
O projeto começou em outubro do ano passado com a entrega de 150 colmeias de Jataí para 15 produtores rurais, ganhando cada um deles 10 colmeias, cujas propriedades estão localizadas próximas à Reserva da Vida Silvestre Banhado do Maçarico, à área de proteção ambiental Lagoa Verde e à Ilha dos Marinheiros. Em contrapartida, os produtores precisam participar de capacitações, receber mensalmente os pesquisadores nas suas propriedades e responder questionários socioeconômicos e ambientais durante o projeto que tem previsão de duração de dois anos.
Escolas que participam do projeto
Participam do projeto cinco escolas municipais localizadas nas três regiões estratégicas do Polinizando o Pampa: Marília Santos, Argemiro Dias de Lima, Coronel Pedro Osório, Prof. Alba Ítala Anselmo Olinto e Sylvia Centeno Xavier.
O principal objetivo do projeto é promover a restauração ecossistêmica em uma zona de transição entre o Bioma Pampa e remanescentes da Mata Atlântica no sul do Brasil através do incentivo a meliponicultura e do estabelecimento de novas populações de abelhas nativas sem ferrão no município do Rio Grande, influenciando diretamente na reprodução da flora através da polinização.
Os três eixos das escolas
Caixas didáticas com colmeias de Jataí
Capacitação de professores
Educação ambiental com os alunos