No mês de conscientização do câncer de mama, destaca-se que os avanços no diagnóstico precoce e o estilo de vida têm contribuído significativamente para melhorar as taxas de cura. Tecnologias como a mamografia digital 3D, a ultrassonografia e a integração da inteligência artificial têm permitido uma detecção mais precisa e em estágios iniciais da doença. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas e a redução do consumo de álcool, tem sido associada a uma menor incidência de câncer de mama. Esses fatores combinados resultam em um aumento na possibilidade de recuperação e melhor qualidade de vida para as pacientes.
Segundo a enfermeira obstetra e professora do curso Técnico em Enfermagem da Escola Técnica Fundatec, Manoela Maffei, a mamografia é o padrão ouro no diagnóstico, e a mamografia digital, especialmente a tomossíntese, ou mamografia 3D, representa melhora na visualização do tecido mamário, aumentando a detecção de tumores em estágios iniciais e reduzindo diagnósticos falsos positivos. A ultrassonografia complementa a mamografia, especialmente em mulheres com mamas densas. A integração da Inteligência Artificial na análise de imagens aumenta a precisão do diagnóstico. “A ressonância magnética, embora cara e nem sempre disponível pelo SUS, oferece imagens detalhadas que ajudam a detectar lesões não visíveis em mamografias. Na área laboratorial, a biópsia líquida analisa o DNA tumoral no sangue, permitindo a detecção precoce do câncer e o monitoramento em casos de retorno da doença de maneira menos invasiva. Testes genômicos também são utilizados para investigar câncer em pessoas com histórico familiar. Esses avanços têm impacto nas perspectivas de cura, já que tumores detectados precocemente apresentam um índice de sobrevivência em cinco anos superior a 90%”, afirma.
A enfermeira aponta que o rastreamento do câncer de mama deve ser realizado periodicamente em mulheres a partir de 35 anos se apresentarem risco elevado para desenvolver a doença, como história familiar, ou em mulheres a partir de 40 anos. “O primeiro método utilizado é o exame clínico das mamas, que deve ser realizado anualmente por um profissional capacitado. Esse exame deve ser complementado pela mamografia, e pode ser associado à ecografia mamária. Além disso, toda paciente deve ser orientada quanto aos sintomas e sinais de alerta e buscar atendimento imediato nesses casos”, relata.
Manoela destaca que o estilo de vida é fundamental na prevenção e ajuda a reduzir o risco da doença. No Brasil, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. Dentre as mudanças necessárias destaca-se a alimentação balanceada, evitando gorduras. Além disso, deve-se evitar o tabagismo, manter o sono adequado e realizar os exames preventivos regularmente. “Compreender os fatores de risco e as medidas preventivas pode empoderar as mulheres a fazer escolhas saudáveis. Embora adotar essas mudanças no estilo de vida não assegure a prevenção do câncer de mama, pode reduzir consideravelmente o risco e promover uma saúde melhor. É sempre recomendável conversar sobre estratégias preventivas com um profissional da área”, explica.
Conforme a enfermeira, o amparo emocional e psicológico é essencial para pacientes, ajudando a reduzir ansiedade e depressão, além de aumentar a adesão ao tratamento. Esse apoio melhora a qualidade de vida, auxilia no enfrentamento dos efeitos colaterais e promove uma atitude positiva. Terapias individuais ou em grupo fortalecem a resiliência e o senso de comunidade, facilitando a troca de experiências. Este acolhimento também melhora a comunicação com familiares, criando um ambiente de compreensão e incentivo a hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física. “Estudos sugerem que o suporte emocional pode ter efeitos positivos no sistema imunológico. Assim, ele se torna um componente crucial, contribuindo para melhores resultados e uma recuperação mais completa. É vital que as pacientes tenham acesso a esses recursos durante sua jornada de tratamento”, ressalta.