Com o verão, as idas à praia, piscina, cachoeiras e outros locais que contribuem para aliviar o calor podem se tornar mais frequentes. E com a empolgação e grande quantidade de atividades, uma ação essencial pode ser esquecida: o uso de protetor solar.
A prática, no entanto, deve ser feita diariamente e incorporada na rotina. Em caso de exposição direta ao sol, o uso se faz mais do que necessário, mas deve se ter atenção à proteção conferida. “No geral, estudos mostraram que é a partir do Fator de Proteção Solar (FPS) 30 que obtemos uma proteção significativa às queimaduras solares. Dessa forma, quando queremos apenas prevenir queimaduras e os danos solares a longo prazo, o FPS 30 é suficiente”, explica a dermatologista Joice Göebel.
Para pessoas com a pele muito clara e sensível ou quem já tem alguma alteração de pele que pode ser agravada pelo sol, como história de câncer de pele ou lúpus, por exemplo, o uso de filtros com fator de proteção mais alto é recomendado, como o FPS 60. No entanto, a forma de aplicação também requer cuidados. A recomendação é que sejam aplicadas duas camadas generosas, ou ainda, seja seguida a regra da colher de chá. Com isso, a dica é usar uma colher de chá para rosto, cabeça e pescoço. Braços e antebraços também demandam uma colher de chá. Para o conjunto peito, barriga e costas, o ideal são duas colheres de chá. O mesmo vale para coxas e pernas. Mais do que isso, é necessário reaplicar a cada duas horas, bem como após transpiração excessiva ou entrada na água.
Para uma proteção reforçada, no entanto, é preciso prestar atenção desde a compra. O protetor ideal deve ter proteção contra os raios UVB e UVA. Para o primeiro, a indicação é o FPS, enquanto para o segundo, a sigla é a PPD (Persistent Pigment Darkening, em inglês). Joice explica que essa deve ser, no mínimo, de um terço do FPS, ou seja, para um FPS 30, o PPD mínimo deve ser 10.
A proteção, no entanto, vai além e pode ser estendida com o uso de chapéus, óculos escuros e roupas com fator de proteção ultravioleta, indicado pela sigla FPU. “Também destaco a importância de escolher um guarda sol ou tenda com FPU. Utensílios comuns, como os de nylon, por exemplo, deixam passar até 95% da radiação”.
Além destes cuidados, a atenção com os horários deve contribuir para que o período não seja de consequências negativas. A dermatologista aponta que o ideal é evitar a exposição excessiva ao sol entre as 10h e as 16h, quando há o pico de incidência de UVB. “A principal radiação solar envolvida no processo de indução das queimaduras solares e do câncer de pele”, explica.
Deste modo, uma dica é a regra da sombra: “Quando sua sombra está menor do que você, a radiação está mais forte e prejudicial (o sol está mais ‘alto’). Quando sua sombra está maior do que você, os raios solares estão menos intensos (o sol está mais ‘baixo’)”, aponta, citando que mesmo assim, o uso do protetor solar segue recomendado fora destes horários.
Porém, se mesmo seguindo estas dicas, apareçam queimaduras, Joice indica que os cuidados com a hidratação devem ser intensificados. “Aumentar a ingestão de água e aplicar loções hidratantes com frequência vão ajudar a pele a se recuperar mais rápido”, destaca. O uso de água termal ou compressas frias com chá de camomila também são boas opções. Caso haja o aparecimento de bolhas ou intenso desconforto, um dermatologista pode contribuir com a indicação de cuidados específicos.
A exposição excessiva ao sol pode ainda causar insolação, que demandam atendimento médico de urgência. “Isso ocorre quando, além da queimadura solar, surgem sintomas relacionados à desidratação excessiva, como febre, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia e cefaléia (dor de cabeça)”, alerta.
A prática de exposição contínua é comum para quem quer garantir um bronzeado. No entanto, Joice explica que o dano cumulativo da radiação ultravioleta é refletido, posteriormente, em manchas, rugas e aumento no aparecimento do câncer de pele. Para ela, o ideal é o uso de autobronzeadores e de uma alimentação rica em betacaroteno, que podem auxiliar a manter o tom desejado e uma pele saudável.
A hidratação também é fundamental para manter a pele sem ressecamento, que podem ser agravados com o sal e o cloro. “Ingerir 30 ml para cada quilo corporal é uma conta simples para seguir”, indica. Para àqueles com a pele mais seca, a dica é lavar o corpo com uma ducha de água doce e aplicar hidratante corporal logo após banhos de mar ou piscina.
Os cuidados também devem ser estendidos aos cabelos, com o uso de cremes do tipo “leave-in” com FPS. “Aqui também ressalto a importância de evitar queimaduras no couro cabeludo. Para isso, o uso de chapéus ou bonés é a melhor prevenção. Para calvos, não esquecer de aplicar filtro solar no couro cabeludo, uma área facilmente esquecida”, alerta a dermatologista.
Para mais informações, é possível acessar o Instagram @joicegoebeldermato ou o e-mail [email protected]