A região Sul apresenta um período de entressafra da cebola, compreendida entre os meses de março a junho. Nesse sentido, a BRS Prima, nova cultivar de cebola, de ciclo precoce, com ótimo empalhamento e maior duração pós-colheita, lançada recentemente pela Embrapa Clima Temperado Pelotas, deve levar aos produtores uma capacidade de armazenar o produto por um tempo maior, comercializar na entressafra e obter melhores preços, ressalta a pesquisadora da Embrapa, Daniela Leite.
Para a próxima safra, foram implantadas unidades de observação em quatro municípios, duas em cada um, no total de oito produtores, em Tavares, Mostardas, Rio Grande e São José do Norte, conta a pesquisadora. Segundo ela, a cultivar é indicada para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Ela possui resistência a doenças foliares, o que resulta em menor uso de defensivos químicos e, inclusive, já foi validada para produções orgânicas, com benefícios para o meio ambiente e ao ser humano, diz.
Entre as suas características, além da resistência do bulbo após a colheita, em função da retenção alta e da espessura grossa da casca, a BRS Prima possui alta pungência (picância) e apresenta propriedades nutracêuticas pela alta concentração do flavonóide quercetina, que tem função antioxidante.
O ciclo é precoce (de 150 a 170 dias), que aliado à durabilidade pós-colheita garantem preços remuneradores aos agricultores. Além disso, a nova cultivar tem alta produtividade, apresenta alto percentual de bulbos de padrão comercial e alto potencial produtivo, com produtividade média de 44,1 mil toneladas por hectare, enquanto a média nacional chega a 30 toneladas.
O lançamento ocorreu durante a Reunião Técnica da Cebolicultura e a Feira Agrotecnológica, realizadas entre os dias 8 e 9 de junho, no Clube Recreativo e Cultural Sócrates, em São José do Norte. As atividades tiveram a participação conjunta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Emater/RS-Ascar e as Prefeituras Municipais de São José do Norte, Mostardas, Tavares e Rio Grande.
Segundo a Emater/RS Regional Sul, os cebolicultores da região finalizaram, na primeira quinzena de junho, a semeadura das sementes da cebola nos canteiros, denominados de sementeira, visando à produção de mudas que formarão as lavouras da safra 2022/2023.
As mudas de cebola estão em desenvolvimento vegetativo, com muito boa germinação, emergência e estande de plantas/mudas. Nos canteiros com as mudas transplantadas e em desenvolvimento vegetativo, já são necessários tratamentos fitossanitários semanais para manejo preventivo das doenças, devido à alta umidade relativa do ar e muita presença de orvalho.
Produtores seguem irrigando os canteiros das mudas de cebola devido ao clima sem chuvas nas últimas semanas. Seguem os envios de projetos de crédito rural de custeio da atividade de cebolicultura para os agentes financeiros, principalmente em São José do Norte e Tavares.
Também estão seguindo as aquisições dos fertilizantes, dos adubos orgânicos e os serviços de máquinas agrícolas. Os altos custos de todos os insumos e serviços, ou seja, todos os componentes do custo de produção, preocupam os produtores, pois são condições para seguirem na atividade e que consigam renda. Estas incertezas sobre obterem mercado comprador para a próxima safra com valores mínimos de R$ 1,50 pelo quilo da cebola colocam as estimativas de plantio com manutenção da área plantada em 2021/2022, que foi de 2.594 hectares, e até uma possível redução.
Com informações da Assessoria de Imprensa