Dia 6 de março é instituído como o Dia Nacional da Pitaya

Cultivo da fruta está sendo expandido em todo o país. (Foto: Arquivo/JTR)

A pitaya, fruta que vem ganhando força principalmente entre os agricultores familiares em todo o país, tem agora uma data especial para incentivar o plantio e também o consumo e divulgar suas características nutricionais.

A partir de projeto de lei de autoria do deputado federal Luiz Nishimori (PSD-PR), foi instituída a data de 6 de março, como o Dia Nacional da Pitaya. A escolha deste dia se deve ao fato de que o Brasil inteiro, de Norte a Sul, tem plantado pitaya e, dependendo do clima, a safra ocorre em períodos diferentes. “Mas exatamente no dia 6 de março, em quase todo o território nacional, os produtores estão colhendo a fruta”, explica o deputado.

O diretor técnico da Associação dos Produtores de Pitayas do Brasil (Appibras), o engenheiro agrônomo Dejalmo Prestes, produtor em Arroio Grande e conhecido como Professor Pitaya, considerou excelente a escolha do dia, já que os produtores e os consumidores terão a fruta disponível em todo o Brasil para comemorar a data. A repercussão junto à Appibras foi de comemoração também pelo presidente da entidade, Afif Jawabri. “Os produtores de pitaya agora têm um dia para comemorar esta cultura fantástica”.

A expansão do cultivo também foi a grande responsável pela criação, em abril de 2021, da Appibras. A entidade surgiu após três anos de consultorias sobre o cultivo da fruta por Prestes, por todos os estados brasileiros, e veio ao encontro dos anseios de grande grupo de produtores por representatividade em suas atividades. A associação possui 35 membros fundadores.

“É muito importante incentivar ainda mais o plantio e o consumo desta fruta e para isso, estamos trabalhando na Câmara Federal. Os produtores estão organizados e eu tenho certeza que a fruta pode crescer muito e ajudar também, principalmente os pequenos agricultores, no seu faturamento, no dia a dia, porque ela dá entre cinco e seis meses direto e isso ajuda na renda da agricultura familiar”, ressaltou Nishimori.

Conhecida no mundo inteiro como “fruta do dragão”, a cultura despertou o interesse de produtores gaúchos e brasileiros e chegou à região há pelo menos oito anos, a partir de estudos conduzidos por Prestes.

O engenheiro agrônomo e diretor técnico da Associação dos Produtores de Pitayas do Brasil (Appibras), Dejalmo Prestes, conhecido como Professor Pitaya, é produtor em Arroio Grande e considerou excelente a escolha da data. (Foto: Arquivo/Luciara Schneid/JTR)

Segundo o agrônomo, existem dois polos de produção de pitaya no Brasil: Toméaçu, no Pará e Turvo, em Santa Catarina, dois municípios que vivem em função da cultura. “Este último possui inclusive uma cooperativa de produtores de pitaya”, conta. No estado catarinense há vários municípios que cultivam a fruta. No Rio Grande do Sul e Paraná, há muitos plantios pulverizados. O maior produtor do Brasil é o estado de São Paulo, com plantios em vários municípios, sem que haja um em destaque.

Hoje, o maior produtor individual da fruta está no Ceará, com produção em torno de 90 hectares. Em segundo lugar, uma produtora de Toméaçu no Pará, que cultiva 36 hectares. Depois, espalhados por estes estados, São Paulo, Ceará e Pará, existem plantios entre cinco e 15 hectares, mas a grande maioria dos produtores planta, em média, um hectare (de 0,5 até três hectares). “Não existe ainda no Brasil, e nos estados, um levantamento sobre a área total plantada, porque os órgãos de assistência técnica, a melhor forma de se chegar a estes números, ainda não têm um levantamento”, diz.

Dependendo do sistema de plantio e do adensamento de mudas, a produção por hectare pode chegar a 30 toneladas nos plantios de média tecnologia. O preço de venda em todo o Brasil, neste ano, circulou em torno de R$ 5 o quilo. “Houve produtores vendendo a R$ 10 e outros a R$ 3 o quilo, tudo depende da estrutura deste produtor em busca da demanda e do comércio”, ressalta. Hoje, grande parte da pitaya é consumida na mesa, mas também a indústria de alimentos, farmacêuticos, cosméticos e bebidas estão utilizando a fruta em seus produtos, ressalta.

A pitaya permite plantar de 2,5 mil até nove mil plantas por hectare. Em pequenas propriedades, quando mais se adensa o número de mudas maior será a produção. Os pequenos e médios produtores é que detêm a maior parte do plantio. É uma fruta de climas tropical e subtropical e se adapta ao clima temperado.

Na região Sul, em Arroio Grande, Prestes é o único produtor, com um hectare, depois há iniciativas em Arroio do Padre, com a média de cinco hectares plantados. Em Pelotas, o plantio ainda é muito discreto, com dois a três pomares. Há ainda cultivos em Turuçu, com um pomar, além de São Lourenço do Sul, com mais dois pomares. “É bem pulverizado o plantio”, destaca o produtor.

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