Depois da Assembleia promovida pela Famurs na manhã desta quarta-feira, onde foi aprovada uma Nota que critica a postura do governo estadual em não construir pautas importantes junto com os municípios, a maioria dos prefeitos da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) manifestou apoio ao movimento que pede a suspensão da exclusão do plebiscito sobre o tema. Os prefeitos entendem que não é o momento para tratar de pautas tão importantes face à concentração de energias para mitigar os efeitos da pandemia.
Durante a reunião remota, o presidente da Azonasul, Vinicius Pegoraro (MDB), prefeito de Canguçu, manifestou posicionamento sobre o desconhecimento, por parte dos prefeitos, do projeto traçado para a venda da companhia. Ele disse que é preciso estar claro quais os objetivos pretendidos e quais as previsões orçamentárias de investimentos com o lucro da venda. Ele também revelou sua posição contrária à realização de um plebiscito.
O documento da Famurs enfatiza a recorrente falha entre a comunicação do Governo do Estado com os municípios e menciona que a CORSAN é uma empresa lucrativa que atende 317 cidades gaúchas. A Federação também expressa que são os municípios que detém o direito à água e ao esgoto. “Portanto, o destino da CORSAN não pode ser decidido sem participação dos municípios. Não abrimos mão do nosso direito de participar para decidir, coletivamente, junto com a Assembleia Legislativa, Governo do Estado e sociedade gaúcha, qual o melhor caminho para um bem fundamental como a água do povo gaúcho”, diz a Nota.
Por fim, o documento ainda menciona que a Companhia pode e deve melhorar e solicita ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa do RS a suspensão da tramitação da PEC que extingue o plebiscito. É preciso diálogo verdadeiro. É preciso transparência. É preciso clareza. Qual é o projeto”? Por que a pressa?”, questiona o documento assinado pelo presidente Emanuel Hassen de Jesus.
LEVANTAMENTO – A equipe técnica da Azonasul apurou que entre os 22 municípios, apenas quatro não são atendidos pela Corsan. Os demais dependem da companhia para a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgoto. Dos dezoito atendidos, 12 responderam ao levantamento sobre a privatização e dez foram contrários à venda. Dois, no entanto, ainda não têm opinião final formada.