Com a participação das 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher do RS, além de 140 Delegacias de Polícia, e coordenação da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) da Polícia Civil, foi deflagrou, na manhã desta sexta-feira (6), a Operação Margaridas. A finalidade é combater a violência doméstica e familiar contra a mulher em diferentes regiões do Rio Grande do Sul no mês em que se lembram os 15 anos de publicação da Lei Maria da Penha.
Nesta manhã (6) está em andamento a segunda fase da operação, em que 186 policiais cumprem 51 mandados de prisão, 82 mandados de busca e apreensão em 163 cidades. Já foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e uma prisão em flagrante. Também são verificadas 273 denúncias de violência doméstica recebidas pelo disque-denúncias.
A primeira fase da Operação Margaridas teve início com a ação de 521 agentes na apuração de 588 disque-denúncias, instauração de 3.876 inquéritos policiais, remessa de 4.357 inquéritos policiais ao Judiciário, 164 cumprimentos de mandados de busca e apreensão, 129 prisões preventivas e 104 prisões flagrante, bem como 4.629 atendimentos às vítimas como forma de prevenção e informação.
De acordo com a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher do RS (Dipam/DPGV), a Operação Margaridas tem por objetivo demonstrar o compromisso da Polícia Civil no enfrentamento da violência contra a mulher, com esse olhar voltado para a importância do atendimento acolhedor e humanizado para a vítima, mas também com a repressão qualificada dos crimes, com a certeza de que não haverá impunidade aos agressores.
A delegada Caroline Bamberg Machado, diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis, destacou o aumento significativo das operações policiais no âmbito da violência doméstica, bem como as ações de prevenção são fundamentais para que as vítimas sintam confiança em denunciar seus agressores e romper o ciclo de violência.
Chefe de Polícia, a delegada Nadine Anflor destacou que operação denota uma realidade diferente de 15 anos atrás. “Lembramos mais um ano da Lei Maria Penha, que possibilitou ações efetivas de enfrentamento à violência doméstica e de proteção às vítimas”, disse.
Ainda conforme a delegada Nadine, “apesar da lei e suas inovações constantes, continuamos contabilizando diariamente mortes de mulheres simplesmente pela questão de gênero”. E reafirma que “a cultura sexista precisa ser enfrentada, não só com a punição dos autores dos crimes, mas também com uma mudança de olhar sobre a violência doméstica”.
Nadine acrescentou que o dever é seguir trabalhando na identificação dos autores para que a punição efetivamente ocorra e, paralelamente a isso, com ações de repressão como as desta sexta (6) para impedir que novas mulheres sejam agredidas. “Nesse aspecto, é primordial a atuação operacional efetiva no enfrentamento à violência doméstica, aliando a qualidade das investigações criminais com ações policiais planejadas e bem executadas”, acrescentou.