
*Com informações da Agência Brasil
Mais de 20 mil fiéis já passaram pela Praça de São Pedro, no Vaticano, desde a quarta-feira (23), para prestar suas últimas homenagens ao Papa Francisco, cujo corpo está sendo velado em cerimônia aberta na Basílica de São Pedro. O velório, que se encerra nesta sexta-feira (25), antecede o funeral marcado para o sábado (26), às 10h (horário local).
Segundo o Vaticano, o Papa Francisco começou a apresentar sinais de uma doença súbita por volta das 5h30 (horário local) de segunda-feira (21). Cerca de uma hora depois, após acenar em gesto de despedida ao seu enfermeiro pessoal, o pontífice entrou em coma. Ele faleceu às 7h35 do mesmo dia. “De acordo com os que estavam com ele em seus momentos finais, Francisco não sofreu. Tudo aconteceu muito rápido”, destacou a Santa Sé em nota oficial.
O corpo do pontífice foi colocado diante do Altar da Confissão, onde o coro da basílica entoou a Ladainha dos Santos em latim “para o repouso de sua alma”. A liturgia foi conduzida pelo cardeal camerlengo Kevin Farrel, com a leitura de um trecho do Evangelho de João, que fala sobre o amor de Jesus por seus discípulos.
O velório foi aberto ao público em diferentes horários: das 11h à meia-noite na quarta-feira, das 7h à meia-noite na quinta-feira (24), e das 7h às 19h nesta sexta-feira. A expectativa é de que centenas de milhares de pessoas passem pela basílica até o encerramento das visitas.
A Missa de Exéquias — cerimônia fúnebre oficial — será celebrada neste sábado no átrio da Basílica de São Pedro, sob a presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. A celebração marcará o início do Novendiali, o tradicional período de nove dias de luto e orações em memória do papa.
Após a missa, o caixão será levado à Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco será sepultado, conforme desejo manifestado por ele em vida. O rito de despedida será concluído com a Última Commendatio e a Valedictio, solenidades que simbolizam a entrega da alma a Deus e a despedida final da comunidade cristã.
Conclave e cardeais brasileiros
Com a morte de Francisco, o Colégio de Cardeais se prepara para a realização de um novo conclave, que elegerá o próximo papa. O colégio é composto atualmente por 252 cardeais, dos quais 135 têm menos de 80 anos e estão aptos a votar. O Brasil conta com oito cardeais, sendo sete eleitores.
O único brasileiro fora do processo de votação é Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida, que tem 88 anos. Apesar de não poder votar, ele participa das discussões e pode ser escolhido como papa.
Entre os cardeais brasileiros aptos a votar estão:
- Dom João Braz de Aviz: prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e arcebispo emérito de Brasília;
- Dom Paulo Cezar Costa: arcebispo de Brasília e nomeado cardeal em 2022 por Francisco;
- Dom Sérgio da Rocha: arcebispo de Salvador e membro do Conselho de Cardeais do Vaticano;
- Dom Odilo Pedro Scherer: arcebispo de São Paulo, um dos nomes mais influentes da Igreja no Brasil;
- Dom Jaime Spengler: arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB e do Celam;
- Dom Leonardo Ulrich Steiner: arcebispo de Manaus, figura central na defesa da Amazônia;
- Dom Orani João Tempesta: arcebispo do Rio de Janeiro, com trajetória influente na Igreja latino-americana.
A expectativa é de que o novo conclave seja convocado nos próximos dias, logo após o fim do período de luto, e definirá o novo líder máximo da Igreja Católica.