Inverno combina com vinho e podemos dizer até que são um casamento perfeito. A bebida, além de aquecer o corpo e a alma, faz a relação perfeita com os pratos mais consumidos na estação. Foundês, caldos, carnes ficam muito mais saborosos quando acompanhados de um bom vinho.
Harmonizar vinho e comida é uma arte afirma a sommelier internacional, Vivian Moreira da Silva Alves. “Harmonizar sabores é a prática de encontrar combinações entre alimentos, levando em conta gosto, aroma, textura, cor, temperatura e intensidade”.
Segundo ela, os sabores se harmonizam por semelhança ou contraste. “Você pode criar combinações maravilhosas para amplificar a harmonia dos sabores ou contrastantes para neutralizar a discordância dos sabores”, ressalta. Harmonização é o equilíbrio entre vinho e alimento, um deve estar a serviço do outro sem sobrepor-se.
De acordo com Vivian, as pessoas têm a ideia errada de que se comerem uma sobremesa muito doce, têm que tomar um vinho seco para não ficar repugnado. “Se eu quero harmonizar o prato, quando eu como uma sobremesa muito doce, o que vai harmonizar é uma bebida doce”. Nestas ocasiões ela sugere ou um espumante Moscatel ou um vinho licoroso. Um espumante Brut com doce irá quebrar esta harmonização, salienta.
“Podemos criar combinações maravilhosas para amplificar a harmonia dos sabores”, destaca. A sommelier explica que quando desfrutamos de uma comida, são percebidos sabores, aromas e odores, determinados pela natureza do alimento, pelo condimento, pelo sistema e pela concentração do cozimento. Esses parâmetros são determinantes para a futura escolha do vinho que acompanhará o prato.
“Para poder fazer uma harmonização, é necessário conhecer as sensações dadas pelos componentes do alimento e também as do vinho”, diz. Em síntese, é preciso adquirir uma boa e precisa capacidade prática, com muito exercício, observando e quantificando, numa escala de valores, as sensações recebidas.
Por isso, uma comida muito rica e com sabor prolongado requer um vinho encorpado, com longa persistência, sugere. Já um prato delicado precisará de um vinho leve. Uma comida rica em aromas terá necessidade de um vinho aromático e uma sobremesa muito doce exigirá um vinho igualmente doce.
A seguir ela, recomenda alguns vinhos para a harmonização de cada um dos tipos de pratos salientados. “Para o primeiro eu indicaria um Malbec, por ser um vinho encorpado, com aromas dominantes”, comenta. No segundo, para acompanhar pratos delicados, ela indica um vinho tinto Gamayou um vinho branco Sauvignon Blanc. Para o terceiro, uma comida rica em aromas pede o vinho aromático Gewürztraminer. E finalmente, para acompanhar sobremesas, um vinho licoroso ou um Espumante Moscatel.