Verão com alto risco de estiagem no estado

Verão (Foto: Cristian Iepsen/JTR)

Começou no último domingo (22), no Hemisfério Sul, o verão. A estação tem início com o Pacífico Equatorial Central em estado de neutralidade, ou seja, sem influência dos conhecidos fenômenos El Niño ou La Niña. A temperatura da superfície do mar está mais quente que o normal, mas a atmosfera na região não reflete o que poderia se esperar de um El Niño fraco, apresentando sinais de neutralidade, o que vai persistir ao longo da nova estação.

O verão tende a apresentar a comum irregularidade da chuva da estação com significativa variabilidade nos totais de chuva de uma área para outra. Conforme a meteorologista Estael Sias, neste verão, a chuva tende a ser ainda mais irregular com valores abaixo das médias históricas e déficit de precipitação em muitas áreas, o que pode levar o Rio Grande do Sul ou parte do estado a um quadro de estiagem variando entre moderada a forte nos próximos 90 dias.

Com isso, os gaúchos devem enfrentar um verão com problemas de falta de chuva mais volumosa como não se vê desde 2012, havendo a probabilidade de perda de produtividade nas safras de verão, diminuição dos níveis dos rios, risco de escassez de água para consumo humano e animal com decretos de emergência, bem como de queimadas.

Apesar do quadro de chuva muito irregular, devem ser esperados episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características muito localizadas ou regionalizadas. Em regra, acompanham temporais passageiros de verão em dias muito quentes e mais úmidos.

O tradicional calor, obviamente, se fará presente. A MetSul projeta estação com temperatura acima da média histórica na grande maioria ou totalidade das cidades gaúchas com algumas jornadas de calor muito intenso em que as máximas devem ficar próximas ou até superarem os 40ºC em partes do estado. Como se antecipa um verão com períodos secos até longos, e uma vez que longos intervalos de tempo seco tendem a favorecer extremos de calor, é alta a probabilidade que se registrem fortes ondas de calor neste verão, não se descartando até uma ou outra intensa. Mesmo sendo verão é provável que ocorram na estação dias de temperatura amena com maior influência de rápidas passagens de ar frio de trajetória marítima afetando mais o Sul e o Leste do estado, especialmente em março.

Neste verão, especialmente entre o fim da estação e o começo do outono, devido à menor divergência de vento na atmosfera resultante do tempo mais seco e menor frequência de frentes frias, há um risco muito aumentado de formação de ciclones atípicos na costa do Rio Grande do Sul e do Sul do Brasil, seja de natureza subtropical ou mesmo tropical, o que é raro na nossa climatologia.

 

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