Com a Chapa 3, Pra Frente Cremers, o médico cirurgião Eduardo Neubarth Trindade tenta integrar novamente a titularidade do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, o qual presidiu de 2018 a 2020. O candidato concedeu entrevista ao programa Zona Sul em Movimento, que pode ser conferida na íntegra em jtrtv.com.br, no Youtube, Facebook e site do Jornal Tradição Regional.
A votação será realizada nos dias 14 e 15 de agosto, das 8h às 20h, exclusivamente pela internet. A participação é obrigatória para os médicos com menos de 70 anos que, para poder votar, precisam estar com o cadastro atualizado e a situação financeira em dia no Conselho até o dia 7 de agosto.
Com mandato de cinco anos, os vencedores formarão o corpo de conselheiros da instituição a partir de 1º de outubro. Cada chapa é composta por 40 médicos, sendo 20 candidatos a conselheiro titular e 20 a suplente. Em âmbito regional, é estabelecida alternância na presidência a cada período de 20 meses.
O processo eleitoral acontece em todos os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) do país e é coordenado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). No Rio Grande do Sul, três chapas concorrem neste ano, além da que Trindade integra: Chapa 1 – Cremers de Todos, e Chapa 2 – Conexão.
Ele explica que o conselho é uma autarquia federal com o objetivo de defender a boa medicina entre os profissionais, além de regulamentar a profissão no Rio Grande do Sul. “O Cremers tem, por obrigação, ter um protagonismo na questão da medicina e na questão da Saúde. Por isso a sua importância, que está quase relegada ao segundo plano e tem que voltar ao primeiro plano para os médicos. Por isso o Cremers virou um órgão quase extremamente cartorial, só que cobra taxa e anuidade, e não pode ser assim”, disse.
Segundo ele, o conselho tem que estar perto da sociedade, levantando grandes questões e pautas. Neste sentido, ele aponta que o Cremers necessita retomar o protagonismo e a força política. “Força política, não força político-partidária. Nós não temos que ter uma ideologia”, destaca, reforçando a necessidade de defender, acima de tudo, a medicina acima de interesses.
Com independência e isenção, Trindade destaca que a força política pode contribuir tanto na medicina exercida de forma pública quanto na privada, atuando conjuntamente e próxima aos governos locais.
Um desses temas é o Mais Médicos. Segundo ele, o programa peca ao limitar a atuação dos profissionais, permitindo o exercício somente em determinadas áreas. O foco, conforme o candidato, deve ser a qualidade. “Ele pode estar atuando tanto no Sírio Libanês [Hospital na capital paulista] quanto no posto de saúde”, exemplifica, defendendo a revalidação do diploma. A responsabilidade nas duas atuações, segundo ele, é a mesma, com a necessidade de se obter bons profissionais para atender a população independente da classe social ou condição financeira.
Com este quadro, Trindade salienta a importância da Zona Sul do estado, que possui em Pelotas faculdades de medicina tradicionais e hospitais de referência, além de promover grandes pautas para o Conselho. Ele pontua que é importante para o estado que a Saúde no município e na região funcionem bem. “Falta médico no posto de saúde, se queixam que faltam médicos. Será que falta médico ou não foi feito um concurso bem feito? A emergência está superlotada por quê? A regulação não está funcionando?”, questiona, reforçando a necessidade do conselho estar mais atuante, tanto pela demanda quanto pelo número de médicos.
Projetos
Entre os objetivos da chapa está combater o exercício ilegal da medicina, a abertura excessiva de faculdades de medicina e o aumento na oferta de vagas. Além disso, defende o incremento da inserção nas pautas políticas e o debate dos preços de remuneração dos atendimentos.
Outra pauta que o médico classifica como importante é a celeridade. Ele destaca, por exemplo, os processos que avaliam a conduta de profissionais. “Nós não podemos ver os processos ético-profissionais demorarem cinco anos para dar uma resposta, porque isso acaba sendo cada vez mais traumatizante tanto para o denunciante, que acaba vendo uma suposta impunidade, tanto para o médico, que, muitas vezes, quer ver essa questão sendo resolvida o quanto antes”, exemplifica. Neste caso, ele afirma que o uso de novas tecnologias poderia agilizar o processo, como na adoção de videoconferências para julgamentos.
Outras ferramentas, como a receita digital, já estão implementadas, assim como a telemedicina. Neste último caso, Trindade aponta que, hoje, somente grandes grupos conseguem cumprir as exigências necessárias para utilização do serviço. A proposta da chapa, portanto, seria disponibilizar uma plataforma aos profissionais, de modo que não dependam de outras empresas. “Nós temos que garantir essa autonomia ao médico”, aponta.
Outras propostas abrangem a criação de Câmaras de Conciliação e Mediação, bem como uma ouvidoria específica para os médicos. Trindade explica que o objetivo é que os profissionais possam apontar queixas, como relativas à segurança. “O Cremers, com sua força política, que tem, vai cobrar do secretário da segurança, do estado, do município, que se garanta a segurança para esse médico”, propõe.
Além destes pontos, o profissional destaca a importância da proatividade defendida pela chapa, sem que haja a espera pela manifestação de outros órgãos. “Viu que há uma ação que vai contra a boa medicina, já toma a providência o quanto antes”, indica.
As propostas da chapa podem ser coferidas pelo site prafrentecremers.com.br, ou pelas redes sociais, @prafrantecremers no Instragram, Facebook e Youtube. A composição completa da chapa 3 e das outras candidatas está disponível em https://eleicoescrms.org.br/RS/composicao_e_propostas_das_chapas