A tecnologia tem motivado e estimulado um mundo de instantaneidade e interação permanente. A todo tempo recebemos muitas informações, inclusive Fake News, por muitos canais. Uma mesma pessoa pode estar conectada ao Whats, ao Face, Insta, Twitter ou ao TikTok.
A internet se tornou parte integrante de nossas vidas. Nos auxilia na comunicação, na atualização dos acontecimentos, na venda ou consumo de produtos, no relacionamento com outras pessoas e até no entretenimento diário, faz parte do nosso lazer.
Contudo, é importante termos a consciência e observarmos os fenômenos comportamentais que estão sendo ativados pela internet, tais como:
a) ampliação do individualismo;
b) normalização da impaciência;
c) efervescência da ansiedade e
d) distração digital do mundo multitarefa.
Então imagine uma pessoa que gosta de “ficar na sua”, que está sempre nas redes sociais, inclusive quando tem um almoço de família. Essa pessoa espera uma resposta rápida quando manda um Whats, está sempre demonstrando sinais de ansiedade e se perde na organização de suas atividades ou em seus cronogramas, é do tipo que não tem tempo para nada. Essa pessoa passa mais de 6 horas no celular.
O problema é que esse perfil tem aumentado, atualmente o brasileiro passa em média 5,4 horas na internet. Esse cenário nos leva a um contexto onde o individualismo fica mais egoísta e propicia a “individuação”, em que cada pessoa é única. Afinal de contas, cada um tem a sua timeline, tem a sua voz, tem o seu palco e quer se conectar, ter seguidores e receber curtidas. Até aí tudo bem!
O problema é que muitos usuários ainda não se deram conta de que a internet é um espelho do mundo real. Tudo o que se diz no mundo on-line, vale como se estivesse falando no mundo real, no off-line.
Se pararmos para pensar, vamos observar que os novos comportamentos sociais estão se redesenhando como resposta aos hábitos de utilização da internet. E a nossa atenção deve se voltar para as reações que são geradas por esses novos contextos.
Como a internet é instantânea, uma postagem pode gerar todos os tipos de comentários, inclusive os que promovem o ódio ou o cancelamento.
Nesse mundo instantâneo, é cada vez mais comum alguém reagir a uma ação, com outra ação contrária. É como se tivesse a obrigação de comentar e, em especial, mostrar o seu ponto de vista com uma crítica.
É comum um artista nacional fazer um post e receber todos os tipos de comentários. Uns pinçam um elemento do texto, outros fazem uma análise da foto ou trazem uma informação de outro contexto ou até mesmo sem contexto nenhum.
Em temas polêmicos sempre aparecem os haters, que disseminam o ódio nos comentários. Esses sabem que há um terreno fértil para reações instintivas, que vão estimular que pessoas escrevam o que bem quiserem, sem dó nem piedade.
Esse é o problema da “individuação exacerbada”. Como cada um se sente protegido como “senhor de sua timeline”, reage de forma espontânea sem medir as consequências de seus atos.
A inovação e o crescimento tecnológico nos impõem um grande desafio: temos que manter a nossa individualidade com respeito ao coletivo. Pensar como seria a resposta mais adequada antes de reagir instintivamente.