O ciclone

José Henrique Pires licenciado em Estudos Sociais pelo ICH-UFPel, especialista em Políticas Públicas pela Universidade de Salamanca, Espanha, jornalista e radialista. (Foto: Divulgação)

Nos encontramos, depois de muito tempo, nesses encontros inesperados num supermercado. Desde longa data, aprendi a perguntar: como vão os teus? Sei que é genérico, mas é abrangente; perguntar coisas pessoais a alguém querido que não vemos faz muito, qual “como vai fulano ou fulana”, pode abrir uma caixinha de pandora portátil que – sabe-se lá o que terá dentro. E assim fiz: quanto tempo! Como vão os teus?
Daqueles tempos, não há mais ninguém, respondeu. “Todos varridos por um ciclone extra conjugal que revirou minha vida…”.

Eu não estava preparado para aquela resposta, demorei longos segundos para voltar a interagir e soube, na sequência, que um amor impossível tornou-se uma paixão avassaladora a demolir uma relação estável, confortável, morna, com suas emoções singelas e bem aceitas por todos.

O ciclone extra conjugal revirou tudo e aquele relacionamento antigo, aparentemente sólido, mostrou-se frágil, como a casinha de palha ou madeira dos três porquinhos.
Eu ainda tinha compras a fazer, precisava seguir pelos corredores do super, mas fiquei – digamos – anestesiado, pois notei que no relato não havia tristeza nem arrependimento, havia brilho juvenil nos olhos de uma pessoa madura, que encontrou um amigo e confidenciou um fato, sem culpar o vento, sem culpar os alicerces da relação antiga, sem buscar desculpas que justificassem a força extraordinária de um grande amor, correspondido como soube depois. Nos abraçamos, desejamos sorte, segui pelo corredor empurrando um carrinho pesado de compras e os meus pensamentos pesados de ideias.


Mês em que Brasília praticamente entra em férias, pelos recessos todos e mais as férias escolares, janeiro passa a ter uma data bastante simbólica em seu calendário político: o oito de janeiro. A cerimônia desta semana no Salão Negro do Congresso certamente foi a primeira de uma sequência que terá edições em 2024, 25… Depois, volta o ritmo da marcha lenta: tudo calmo até depois do carnaval.

Dia seis de fevereiro poderá ser a data da posse da nova coordenação da Bancada Gaúcha na Câmara dos Deputados. Dionilso Marcon (PT) receberá a coordenação em substituição a Any Ortiz (Cidadania).

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