Guerra Farroupilha chega a Santa Catarina

Paulo Souza é colunista do Jornal Tradição Regional e estará autografando as obras nesta sexta-feira (28). (Foto: Divulgação)

República Juliana

Em Santa Catarina moram muitos gaúchos. Alguns dizem que tem mais gaúchos do que catarinenses. Será então que após tantos anos os atuais gaúchos reeditaram a República Juliana, agora sem armas? Se estivéssemos em 1839 estaríamos no auge da República Juliana e da Guerra Farroupilha (como expliquei em outra postagem, no começo era Revolução Farroupilha. Após 11 de setembro de 1836, quando o General Neto proclama a República Rio-Grandense, passa a ser Guerra Farroupilha). Hoje Santa Catarina é o estado que tem mais Entidades Tradicionalistas fora do Rio Grande do Sul (no RS existem 1.731 e em Santa Catarina 462 CTGs, DTGs e afins).

A República Juliana foi considerada um braço da Revolução Farroupilha e ficou conhecida historicamente como um estado que pertenceu à Santa Catarina, oficializou-se em 24 de julho de 1839 – advindo daí o nome “Juliana” – e findou-se em 15 de novembro de 1839, durante um ataque violento a Laguna, durante o qual os seus inimigos fizeram uso não só da Marinha como também da cavalaria e da infantaria para derrotá-los.

O resultado foi o total aniquilamento da esquadra farroupilha, a reconquista de Laguna e a matança de todos os chefes da Marinha rio-grandense, com exceção, é claro, de Garibaldi e Davi Canabarro, que conseguiram fugir.

Mas vamos ver como foi o início dessa epopeia:
Em junho de 1839, Garibaldi e o mercenário norte-americano John Griggs, o João Grandão, promoveram uma epopeia no Rio Grande do Sul: transportaram os barcos Seival e Rio Pardo sobre rodas de carreta, tracionados por dezenas de bois, ao longo de 100 quilômetros de campos, rumo à barra do Rio Tramandaí.

Desde a retomada de Porto Alegre, em 1836, pelas forças do Império, durante a Guerra dos Farrapos, as principais vias fluviais e portos do Rio Grande do Sul eram controlados pelo Império.

Devido à Guerra, muitos gaúchos emigraram para Santa Catarina. Alguns desses atuaram como contrabandistas para os farroupilhas, fornecendo armas e munições.

As forças farroupilhas chegaram à Vila de Lages, em março de 1838, e buscavam conquistar Laguna como um porto para acesso ao Atlântico. Nesse intento, no início de julho de 1839, transportaram dois lanchões por terra, até o Rio Tramandaí, desceram até o Oceano e subiram até a Vila de Laguna, comandados por Garibaldi. O lanchão por ele comandado naufragou, morrendo boa parte da tripulação. Garibaldi nadou até a praia e foi ajudado por habitantes de Araranguá. Canabarro comandou as forças por terra.

Em julho de 1839, os farroupilhas atacaram, dominaram e saquearam Laguna. Após um combate inicial, com alguns mortos, os imperiais, em menor número, retiraram-se para defender Desterro (atual Florianópolis). Os farroupilhas continuaram avançando para o norte até serem contidos pelas forças imperiais, próximo ao Morro dos Cavalos (atualmente no Município de Palhoça).

Em 29 de julho, a Câmara Municipal de Laguna, presidida por Vicente Francisco de Oliveira, proclamou a nova República, com o nome de Estado Catharinense Livre e Independente. A República Juliana, pois era o mês de julho, foi governada inicialmente por Canabarro e seria um estado federado à República Rio-Grandense, proclamada em 1836.

Garibaldi conhece Anita
Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva conhece Garibaldi e abandona o marido e segue com seu herói, ficando daí conhecida como Anita Garibaldi, mas essa história é para ser contada em outra coluna.

Abraços amigos e até a próxima coluna, com a graça do Patrão Maior.

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