O dia 20 de julho é considerado o Dia do Amigo e Internacional da Amizade. A data que rememora o amigo foi adotada primeiramente em Buenos Aires, na Argentina, em 1999, buscando aproximar as pessoas com celebrações e festejos. Já o da amizade foi institucionalizado para promover a cultura da paz entre os povos, celebrando toda a riqueza da diversidade e o respeito mútuo. Uma das instituições que incentiva o incremento nas relações pessoais e institucionais é o Rotary Club. Pois, na última terça (20 de julho), conversei com o pessoal do Pelotas Norte, com esta temática.
Uma liderança religiosa contou que tinha problemas em manter os jovens da sua comunidade unidos. O racha por disputas de vaidades e poder afastou-os de tal forma que tiveram que constituir dois grupos. Um pouco antes da pandemia, lançou um desafio para atendimento de moradores de rua, especialmente no inverno. A necessidade de cerrar fileiras em torno de um objetivo comum fez com que esquecessem suas diferenças. Aprenderam a ser mais tolerantes olhando para uma realidade social em que seus problemas se colocavam na sua real dimensão: quase insignificantes…
Senhoras de diversos grupos poderiam ter se acomodado e deixado de produzir enxovais de bebês, blusões e cobertas durante o período da pandemia. A diferença acabou sendo as lideranças que estimularam a continuidade do trabalho. Aprenderam a lidar com as redes sociais e novas formas de relações, especialmente para aquelas que diziam que “isto não era para elas!” Palestras e conversas pela internet, pessoas que pudessem entregar matéria-prima e recolher o resultado e conversas noturnas para ver no que havia dado… Não diminuíram a produção e reforçaram seus vínculos.
O grupo de amigos que se mobilizou para fazer comida e entregar à famílias carentes reconhece: o que investem do seu tempo em solidariedade, recebem de volta em apreço e maior compreensão daqueles com os quais convivem. Um conhecido cozinheiro era sempre meticuloso e exigente. Quando viu sua cozinha invadida por um grupo de “novatos” que mal sabia fritar um ovo, teve que respirar fundo e contar até mil… Sofreu, no início, mas, depois, começou a achar até engraçado ter que explicar para os outros aquilo que julgava ser elementar. Também deu-se conta de que se era bom cozinhar sozinho, era ainda melhor ter parcerias que enchessem sua casa de vida!
É muito difícil definir o que é amizade. Mais fácil é falar da forma como ela se manifesta e como pode facilitar relações, tanto pessoais, quanto institucionais. Embora desgastada – e meio esquecida – amizade rima, sim, com solidariedade. E vai ser necessária neste tempo de pandemia e quando ela for controlada. Um simples telefonema, uma mensagem pessoal para alguém que já esteve próximo ou incentivar momentos e lugares em igreja, associações, sindicatos, vizinhança apenas para se conversar e reatar relações. Uma amizade solidaria é mais do que um projeto social. É um lugar para sujar as mãos com a vida que, com certeza, vão ficar com o doce perfume da esperança!”