O relato à mãe, feito por uma menina de quatro anos, levou a responsável a acionar as autoridades, Conselho Tutelar, Brigada Militar e Polícia Civil, em Piratini, no domingo (23).
Segundo a mulher, de 24 anos, a filha relatou que foi abusada sexualmente pela então babá que a cuidou por 17 dias, até comunicar que não mais prestaria o serviço pelo qual, afirma a entrevistada, não quis receber.
Na manhã desta segunda-feira (24), a mãe da vítima concedeu exclusiva ao Jornal Tradição Regional (JTR), detalhando a situação e revelando o diálogo que, para ela, não deixa dúvidas quanto a veracidade da acusação.
“Nossa filha chorava, se recusava, não queria mais ficar com ninguém. Estranhamos. Para amenizar a situação, o pai dela acabou deixando de trabalhar alguns dias e, com isso, a cuidou. Ontem (23) observei que ela estava tocando sua genitália e perguntei o motivo. Aí veio a revelação que nos deixou em desespero”, conta a mãe da criança.
Conforme a responsável, após perguntar o porquê da ação, a menina revelou que a babá – chamada por ela de tia –, passava brinquedos de borracha na região íntima. Ao buscar ajuda profissional seguinte a revelação, médica e médica pediatra confirmaram que havia indícios de que a criança havia sido molestada.
Ainda, conforme a criança, a mulher a maltratava durante os momentos que deveriam ser de cuidado.
“Nossa pequena contou ter sido colocada de castigo no escuro, que a “tia” a fazia comer comida quente e gritava muito”, revelou a mãe, que justificou a necessidade de deixar a filha com outra pessoa, por trabalhar em uma das serrarias do Polo Madeireiro, para onde diariamente rumava às 5h da manhã, retornando às sete da noite.
De acordo com a mulher, a jovem de 22 anos, natural e anteriormente moradora de Pinheiro Machado, não quis mais continuar com a tarefa e, sem dar motivos para tal, abriu mão da atividade, o que, para ela, agora faz sentido.
“Além de não me deixar pagar pelo trabalho, ela me bloqueou em suas redes sociais e no WhatsApp. Com toda a sua família: marido, sogra, filha e sogro, desapareceu da cidade”.
Diante do que entende serem atitudes suspeitas, a mãe indaga: “Se nada fez, por que fugir, não se defender junto à polícia? […] Fazer isso, principalmente com uma criança de apenas 4 anos, é monstruoso. A justiça vai ter que ser feita”.
A menina foi submetida aos procedimentos necessários no Instituto Médico Legal, responsável por emitir no prazo de praxe, o laudo que poderá ou não confirmar a violência contra vulnerável que, segundo o Código Penal Brasileiro, em caso de provado, julgado e condenado, o autor ou autora do crime, será punido com até seis anos de prisão, além de multa.