
Durante quatro meses, período que dura o verão, diariamente é comum presenciar na ERS-702, rodovia que dá acesso a Piratini, pessoas se exercitando através de uma boa caminhada. Os objetivos são dos mais variados, como, por exemplo: perder peso, manter-se saudável e alcançar melhor qualidade de vida. Contudo, o ideal para o corpo é manter atividade física o ano todo. Mas no município há, no mínimo, uma exceção.
Aos 70 anos, Paulo Basgualupe, o Paulinho, segue a rotina disciplinada de caminhar no mínimo 7 quilômetros por dia – distância que, em algumas oportunidades, já foi até três vezes maior.
Os números alcançados por Paulinho são impressionantes e, certamente, servem de motivação para muita gente deixar de lado o comportamento que o idoso garante que nunca teve: o sedentarismo. “Quase toda a minha vida eu joguei futebol e ainda tênis. Para este último, cheguei a construir uma quadra na minha casa”, conta Basgualupe.
“Comecei a caminhar em 2004, pois havia engordado muito e precisava emagrecer. No início e, até 2022, também alternava o tempo de uma hora e 10 minutos em que me exercito, inserindo uma parte de corrida. E lá se vão 20 anos me movimentando”.
O idoso afirma que durante um dos quase dois anos em que a população mundial se viu obrigada a ficar reclusa grande parte das 24 horas do dia, ele caminhou nada menos que 2.530 quilômetros, dado que é possível comprovar a partir da inserção da tecnologia que o acompanha todas as manhãs, turno que para ele é o ideal para malhar. “Desde que os aplicativos que medem distância foram lançados, passei a usá-los no celular que vai comigo no bolso da bermuda. Então, além de saber com fidelidade o que caminhei na pandemia, nos últimos 10 anos alcancei a marca de 20 mil quilômetros”, garante Paulo, que, questionado sobre o mínimo que andou em duas décadas, novamente surpreende: “Não tenho como ser exato, mas, pela média registrada no meu aplicativo, de 2014 para cá, acredito que caminhei no mínimo 45 mil quilômetros”.
Mas será que apenas caminhar basta? O treinador e educador físico Yuri Bersch garante que ajuda muito, mas somente isso não é o suficiente, principalmente, após chegarmos à terceira idade.
“Esse tipo de exercício, chamado de cardiovascular, é sim uma ótima atividade física. Mas em algum momento da nossa vida pode não bastar, já que com o avanço da idade, passamos a perder massa muscular e algumas partes do corpo tendem a atrofiar. Essa é a hora certa de entrar com a musculação, ir pra academia e, com isso, prevenir lesões que podem também surgir durante a caminhada ou em qualquer outra atividade que faça parte do nosso dia – o que pode ser evitado ao inserirmos a carga, que contribui para diminuir o impacto nas nossas articulações e tendões, proporcionando a nós, no sentido de malhar, uma vida mais longeva”, explica Bersch.
Basgualupe entendeu isso e, ao perceber que sua massa muscular havia reduzido, recentemente passou a dedicar mais uma hora por dia na academia para buscar o fortalecimento necessário.
“Já estou com 70 anos e sei que a tendência para quem atinge essa idade é perder o prumo, ou seja, passar a se desequilibrar e, consequentemente, ter frequentes quedas. Então, busquei a academia por entender que necessito de um reforço muscular e evitar que isso ocorra”, explicou o bancário aposentado.
Após, ele conclui fazendo uma avaliação quanto ao resultado obtido por manter-se focado no objetivo para estar sempre saudável. “Cheguei a essa idade com muita disposição, motivação, cuidando da minha alimentação e bem casado com a minha esposa, o que entendo também se soma aos demais fatores e, tudo isso junto, faz eu me sentir uma pessoa muito feliz e ainda me estimula a querer viver cada vez mais”.