Piratini ainda contabiliza os estragos deixados pelo temporal

(Foto: Eduardo Richter)

Até o início da tarde desta sexta-feira (22), Piratini ainda calculava a dimensão dos estragos ocasionados pelo vendaval da madrugada de quinta (21). A comunicação com o chefe da Defesa Civil no município, Daniel de Moura, continuava prejudicada em decorrência da ausência de energia elétrica e, consequentemente, do sinal de internet.
A luz faltou por volta das 2 horas de quinta-feira na área urbana, retornando exatamente às 11 horas desta sexta. Mas, mesmo assim, o fornecimento de água não havia sido retomado pela Corsan.

A zona rural é a região mais afetada no município. A reportagem do JTR apurou que o 3º distrito pode ter sido o mais atingido, principalmente a Vila Ceretta. O repórter Eduardo Richter, que produz material jornalístico em Santana da Boa Vista, conversou conosco e relatou o que viu ao ir até o local. Ele garante que, não só por ter visto de perto os inúmeros estragos, mas ainda por ter entrevistado parte das famílias residentes na localidade: o responsável por tamanha destruição não foi um vendaval, e sim, um tornado.

“Foi sim um tornado e não durou mais que cinco minutos – tempo suficiente para arrasar tudo que encontrou pela frente. Para que se tenha uma ideia da força do vento, os três galpões pertencentes aos Cerettas e que eram usados para armazenar as colheitadeiras, tratores e caminhões que seriam utilizados na colheita da soja que precisará começar em breve, desabaram. Todas as máquinas foram danificadas, mas uma caminhonete e um caminhão que estavam no interior desses galpões foram esmagados pelas paredes que, mesmo tendo sido construídas para resistirem a eventos climáticos com este, tombaram sobre eles”, relatou Richiter, que continuou: “Postes que integravam a rede de energia elétrica foram ao chão. As ferragens que faziam parte das vigas das estruturas citadas ficaram retorcidas. Telhados de zinco pararam na BR-392, rodovia que permite chegar ou sair do 3º distrito, casas tiveram a cobertura arrancada e, algumas delas, desabaram por completo. Os moradores da vila, na maioria produtores rurais, estão muito abalados. Afinal, tudo que precisam para realizarem a extração e o armazenamento dos grãos e, assim, continuarem a garantir o seu sustento, ou foi danificado ou destruído”.

De acordo com o produtor rural Marionei Ceretta, 56 anos, existe a esperança de realizar o processo que envolve a colheita da soja com o maquinário, mesmo os equipamentos tendo ficado muito danificados. Desta forma, não será preciso pedir ajuda a terceiros. “Os graneleiros e também as colheitadeiras estão bastante estragados, mas nada que comprometa, ao menos diante da nossa primeira avaliação, a realização da colheita prevista para começar dia 5 de abril”, disse ele.

 

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