Em Pinheiro Machado, 20 anos de estrada e histórias

Motorista da Kopereck Turismo, Ercio Pereira viaja 150 km diariamente. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ao longo de 20 anos, a estrada percorrida é extensa e tem muitos quilômetros de histórias pra contar, aponta o motorista de ônibus Ercio Jesus Silveira Pereira, que, atualmente, trabalha na empresa Kopereck Turismo transportando trabalhadores de campo da empresa Carpelo.

A jornada de trabalho do motorista tem início ainda na madrugada, por volta das 5h. Diariamente, são cerca de 150 km percorridos e ele só retorna pra encontrar a família no final do dia, ao entardecer. “São longas horas dedicadas ao volante, o qual exige muita concentração e responsabilidade. No volante, além de cuidar da gente precisamos proteger e cuidar do outro”, explica Pereira.

Segundo Pereira, ser motorista vai além da opção de trabalho, é um sonho realizado. “A primeira oportunidade que surgiu foi como motorista de caminhão e a partir daí, não parei mais até atingir meu objetivo: ser motorista de ônibus”, conta.

Ao ser questionado sobre os perigos da estrada, Pereira ressalta que a imprudência é o que mais causa acidentes. “O motorista que considera tudo fácil é o que mais comete erros, não respeita limites, sinalizações, faz uso de bebidas alcoólicas e segue viagem contando com a sorte e, infelizmente, nem sempre dá certo”, disse.

Atuando na profissão há
20 anos, ele afirma que nunca pensou em desistir. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além disso, ele destaca outros pontos essenciais para a segurança. “A revisão do carro também faz parte da boa viagem. Além de ter atenção na estrada e respeitar os limites de velocidade, é preciso revisar o carro antes de iniciar a viagem. É um cuidado básico e fundamental pra garantir a segurança do condutor e dos passageiros”, salientou Pereira.

Mesmo com os cuidados necessários alguns desafios físicos podem surgir, como o cansaço e o sono, que também podem prejudicar o exercício da profissão. “É necessário estar bem para viajar, respeitar os limites do próprio corpo. Sair para a estrada com sono pode ser uma fatalidade. É uma situação muito difícil e o recomendável é que não façam isso”, alerta.

O motorista explica que os perigos da estrada são os mais diversos. A manutenção necessária, por exemplo, muitas vezes deixa a desejar, o que gera uma infinidade de problemas ao motorista. “Uma estrada ruim atrasa o percurso, causa um desgaste maior ao veículo e oferece risco de acidente mais grave e, exige do motorista uma habilidade para superar essas dificuldades. No período de chuva, as estradas de chão, em algumas localidades, se tornam um desafio devido ao barro”, afirma.

Durante oito anos, Pereira trabalhou no período noturno no transporte de estudantes de Pinheiro Machado para as cidades de Bagé e Pelotas, pela Empresa Estrela Sul. Ao relembrar essa época, citou a boa convivência com os alunos. “Me dava super bem com todos e foi um tempo que fiz muitos amigos”.

Em uma dessas viagens para Bagé, Pereira passou mal ao volante e precisou ser socorrido. “Graças a Deus não passou de um susto, tive um apagão, foi um momento que eu nunca imaginei passar, mas tive a sorte de acabar tudo bem, nada de maior aconteceu”, lembra.
Apesar das dificuldades e riscos enfrentados no trânsito, o profissional afirma que nunca pensou em desistir. Ele relata ter orgulho da profissão e a única desvantagem citada é ter que ficar longe da família em alguns momentos especiais.

Mesmo sendo apaixonado pelo volante, Pereira planeja se aposentar futuramente. “Quero encerrar essa trajetória profissional com chave de ouro e, se Deus quiser, sem registro de acidentes”, disse.

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