O policial rodoviário aposentado, Irnei da Rosa Lucas, de 54 anos, ingressou em 1994 na Polícia Rodoviária Federal e continua na ativa. Há quase 30 anos, portanto, dedica-se ao trabalho atrás da farda para a manutenção da segurança e da ordem nas estradas federais da região. Lotado na Unidade Operacional de Arroio Grande, integra a 7ª Delegacia da PRF no estado, com sede em Pelotas.
Em turnos de 24 horas, com 72 de descanso, ele é um dos oficiais que atuam na região de abrangência até Jaguarão. De apreensão de drogas a acidentes, o policial afirma que a rotina o expôs a diversas condições, que ele afirma serem atendidas da melhor maneira.
“Vamos resolver”, resume. Isto, segundo ele, faz com que as dificuldades sejam minimizadas. “Amanhece bem e vai trabalhar com vontade, com afinco, se tiver um problema tu resolve”, aconselha, destacando que é um dever da profissão e que há prós e contras, assim como em outras áreas.
O início foi através de um aviso da namorada, na época, que informou sobre o concurso. Natural de Pinheiro Machado, ele trabalhava dando aulas no interior do município, mas buscava uma mudança de vida. “Eram 398 vagas, mas eu pensava: ‘São 397, pois uma é minha’”, lembra. Após uma rotina intensa de estudos, conta que passou na posição 169.
Após cursos e testes, foi alocado em Pinheiro Machado e em 2015 foi para Arroio Grande.
Mesmo com a experiência, a realidade, em alguns momentos, é dura. “O que mais marca é a morte”, disse, citando casos que envolvem crianças ou famílias inteiras.
No caso das crianças, ele argumenta que elas não têm culpa de sofrerem os acidentes, pois, em alguns casos, acabam sofrendo as consequências de condutores que não respeitam as leis de trânsito. Este, indica, é um dos aspetos que deve ser melhorado, com a inclusão da educação no trânsito desde a infância, conscientizando sobre a responsabilidade individual e coletiva. Ele destaca como exemplo condutores que afirmam estarem prejudicando somente a si próprio por não utilizarem o cinto de segurança ou dirigirem em alta velocidade. Mas além das consequências para o indivíduo, o acidente pode envolver outras vítimas. Há reflexos também para empresas, devido ao tempo necessário para a recuperação de possíveis sequelas e para o setor da Saúde, na utilização de recursos que poderiam ser alocados para outros casos, por exemplo.
Apesar disso, mesmo com tempo necessário para se aposentar, ele destaca que o amor à farda o faz permanecer. “Eu estou aqui porque eu gosto, eu tenho prazer de vir pra cá. De botar a farda e vir trabalhar, ver os colegas, pegar a viatura, fiscalizar”, pontua.
Entre as recompensas está a admiração ao trabalho exercido pelos oficiais, em especial pelos pequenos. “As crianças adoram a polícia. Elas veem um policial e ficam enlouquecidas”, garante.