UFPel e Hospital Escola ampliam programas de residência médica

Iniciativa fortalece a formação de especialistas e o atendimento no SUS. (Foto: Divulgação)

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o Hospital Escola (HE-UFPel), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), iniciam o ano com importantes conquistas. O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, aprovou um novo programa de residência médica em Oncologia Clínica, com duas bolsas, e o ano adicional de Medicina de Família e Comunidade, com ênfase em Atenção Domiciliar, também com duas bolsas. Ambos os programas têm como campo de prática o HE-UFPel, referência regional em alta complexidade oncológica e atenção domiciliar pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“O impacto das novas residências vai além da formação profissional. Ao integrar os residentes às equipes de saúde do HE-UFPel e da rede municipal, os programas fortalecem a capacidade de resposta do SUS na região”, disse o superintendente do HE, Tiago Collares. E acrescentou que “os residentes trazem novas perspectivas, atualizações científicas e práticas inovadoras, que podem ser incorporadas ao cotidiano dos serviços de saúde”.

Outro ponto importante, destacado pelo gestor, “é o estímulo à pesquisa e à extensão universitária. Os residentes são incentivados a desenvolver projetos que abordem problemas reais da população, gerando conhecimento e soluções que podem ser aplicadas diretamente no SUS. Essa integração entre ensino, pesquisa e assistência é um dos pilares da UFPel e reforça o papel da universidade como agente transformador da sociedade”.

A Portaria nº 30, publicada no Diário Oficial da União em 14 de janeiro de 2025, oficializou as aprovações. A UFPel possui sete programas de residência médica e 16 programas de residência multiprofissional. A Residência Médica, é um curso lato sensu, oferecido a médicos formados em escolas reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), com duração de dois a três anos, dependendo da especialidade escolhida.

Segundo a coordenadora da Comissão de Residência Médica (Coreme) da UFPel, Cecília Loréa, “A aprovação da nova especialidade e do ano adicional é um marco importante para a UFPel e para a saúde de Pelotas. A formação em Oncologia Clínica e em Medicina de Família e Comunidade, com ênfase na Atenção Domiciliar, não só amplia as oportunidades de aprendizado para os residentes, mas também assegura que nossa comunidade tenha acesso a cuidados de saúde de qualidade. Estamos comprometidos em formar profissionais preparados cientificamente e que ofereçam cuidados adequados e humanizados”.

A Residência em Oncologia Clínica

Segundo o superintendente do HE-UFPel, “A residência médica em Oncologia é um sonho coletivo que sai do papel e se torna realidade, fortalecendo o ecossistema em saúde do Hospital Escola, sendo um marco importante na construção de um hospital contemporâneo comprometido com o SUS”.

Já a chefe da Unidade de Oncologia (UONC) do HE-UFPel e coordenadora da residência em Oncologia Clínica, Cristiane Petrarca, expressou que “recebemos a aprovação dessas bolsas com grande satisfação. Isso reflete o reconhecimento de um serviço altamente qualificado e a oportunidade de formar novos profissionais em um ambiente especializado”. A residência, com duração de três anos (R1, R2 e R3), já está com edital de seleção disponível na página da Coreme – CLIQUE AQUI.

O HE-UFPel atende mensalmente cerca de 1,2 mil pacientes oncológicos em tratamento, além de pacientes em acompanhamento ou em seguimento oncológico, ou, ainda, em investigação – todos provenientes da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, abrangendo cerca de um milhão de habitantes. “A implementação dessa residência é um desafio importante. Somos o primeiro serviço do sul do estado a oferecer essa formação e temos uma equipe multiprofissional qualificada que agrega benefícios diretamente aos pacientes”, explicou Cristiane.

O programa oferece diferenciais, incluindo acesso a Ambulatórios de Oncogeriatria e de Dor, além do Serviço de Mastologia e de toda a equipe de Oncologia Clínica, com om especialistas capacitados em cada área. Conta também com uma equipe multiprofissional dedicada e atuante, que inclui plantão de intercorrência para pacientes oncológicos em tratamento e um serviço especializado de triagem para quimioterapia, uma característica que, segundo Cristiane, “é uma qualificação e um diferencial muito importante para o nosso serviço”.

Na área de internação, o programa também conta “com uma equipe formada por clínicos e oncologistas para o cuidado dos pacientes internados em enfermarias específicas de oncologia”, explicou Cristiane. O trabalho é complementado por rounds diários e, semanalmente, por reuniões da equipe multidisciplinar para discutir e alinhar os casos, disponibilizando um plano de cuidado personalizado para cada paciente.

A residência em Medicina de Família e Comunidade, com ênfase em Atenção Domiciliar
Para o supervisor da residência Medicina de Família e Comunidade, com ênfase em Atenção Domiciliar, Tiago Maas, “essa aprovação representa um avanço importante na formação dos médicos de família e comunidade. Com esse terceiro ano, conseguimos aprofundar ainda mais a qualificação dos profissionais para o cuidado domiciliar, algo essencial diante do envelhecimento populacional e do aumento da demanda por cuidados paliativos”.

O edital para o programa já está disponível – CLIQUE AQUI, com a oferta de duas vagas com bolsa destinadas a médicos que já concluíram a residência em Medicina de Família e Comunidade. Atualmente, o HE-UFPel atende 150 leitos de internação domiciliar, e os residentes, como explicou o supervisor, “atuarão diretamente na assistência aos pacientes acompanhados no domicílio, proporcionando uma abordagem clínica mais qualificada e reforçando o cuidado multiprofissional. Isso permite reduzir complicações, minimizar reinternações e ampliar o suporte às famílias”.

Além disso, Tiago Mass, destacou que “com o treinamento especializado, os residentes poderão manejar situações complexas no próprio domicílio, evitando hospitalizações desnecessárias. Eles também serão capacitados para organizar o cuidado de forma personalizada, aprofundando conhecimentos sobre cuidados paliativos, garantindo conforto e dignidade para pacientes em estágios avançados de doenças crônicas”.

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