Por Luana Martini
Um novo subestudo produzido pelo Instituto Butantan a respeito da vacina da Dengue recrutará voluntários em Porto Alegre e Pelotas. Segundo o Instituto, o intuito da pesquisa é analisar a resposta imune de três diferentes lotes de produção da vacina. É previsto que esse subestudo inicie-se em junho, em Porto Alegre, no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e em Pelotas, no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A pesquisa será randomizada e faz parte do ensaio clínico de fase 3.
“No Sul é onde a gente tem uma maior probabilidade de achar pessoas que nunca foram expostas ao vírus da dengue e, com isso, conseguimos avaliar a resposta imune da vacina. Essa resposta imune vai mostrar se os diferentes lotes da vacina são equivalentes entre si e, em conjunto com os dados do estudo principal, demonstrar se a vacina impede a pessoa de ter uma dengue sintomática”, afirma o diretor médico do Instituto Butantan, Wellington Briques.
É previsto que 700 homens e mulheres, entre 18 e 59 anos, sadios ou com doenças clinicamente contidas, passem pelo processo. Além disso, durante o procedimento, será necessário que os voluntários se submetam a atividades específicas, como frequentes contatos por telefone e meios eletrônicos, além da presença nos centros de pesquisa e visitas domiciliares durante o período de 52 semanas.
No decorrer do procedimento, os envolvidos receberão uma dose do imunizante, incluso em um dos três lotes da vacina, ou de placebo, e serão observados até a visita da semana 52 do protocolo. Serão comparados os títulos de anticorpos neutralizantes, verificados no 28º dia após a aplicação da vacina, com o objetivo de avaliar a consistência da mesma.
As restrições para os que desejam se voluntariar são: indivíduos com doenças crônicas sem controle, que façam uso de medicamentos que afetem o sistema imunológico, mulheres gestantes e lactantes ou que planejam engravidar nos três meses seguintes, bem como pessoas que já participaram de outro estudo clínico.
A vacina utiliza vírus enfraquecido que impulsiona a produção de anticorpos. As reações adversas são mínimas e o vírus não ocasiona a doença. A vacina protegerá a população contra os quatro tipos de dengue.
“A escolha do Butantan por nosso Centro de Pesquisas Clínicas para mais um estudo é motivo de grande satisfação pelo reconhecimento de nossos pesquisadores e nossa instituição”, declara o gerente de Ensino e Pesquisa do HE, Tiago Veiras Collares.
Crescimento de casos
Os números de casos registrados, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, aumentaram em 113,7%. No Brasil, até abril, foram apontados 542.038 casos prováveis de dengue e 160 óbitos confirmados.
No mesmo mês, uma nota de alerta máximo para casos de dengue no estado foi divulgada pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS). Até quinta-feira (12), foram 21.741 casos confirmados e 26 mortes somente em 2022, dados que ultrapassam os números registrados no ano anterior, quando foram 10.164 casos e 11 óbitos ao longo de 2021.
Com informações da Assessoria de Imprensa