O Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) completa quatro anos desde sua fundação, consolidando-se como um polo de desenvolvimento científico e inovação tecnológica em pesquisas clínicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde o início de suas atividades, o Centro desenvolveu pesquisas de grande relevância nas áreas deoncologia, vacinas e oncogenômica, impactando tanto a saúde pública quanto o avanço científico no Brasil.
Segundo o professor Tiago Collares, atual Gerente de Ensino e Pesquisa, “trazer a
ciência para o SUS, coloca o hospital na fronteira do conhecimento. Estamos muito
felizes e agradecemos profundamente a todos que contribuíram para o crescimento e
sucesso do nosso Centro de Pesquisa nesses quatro anos. Aos pesquisadores
incansáveis, colaboradores dedicados, alunos talentosos e parceiros estratégicos,
nosso reconhecimento e apreço pela dedicação e compromisso”.
A primeira proposta de estudo clínico recebida pelo HE-UFPEL foi em 2019 na área de
oncologia, um estudo de fase III envolvendo imunoterapia em hepatocarcinoma, que
ampliou as possibilidades de manejo dessa neoplasia. No entanto, foi em outubro de
2020, no contexto crítico da pandemia de COVID-19, que o Centro de Pesquisa Clínica
(CPC) foi inaugurado em espaço exclusivo no bloco 3 do novo Hospital Escola,
passando a ser um dos centros participantes do estudo clínico da vacina CoronaVac;
contribuindo diretamente para sua aprovação e uso em larga escala no Brasil.
Além de atuar na linha de frente da pandemia, o CPC realizou pesquisas com outras
vacinas, como as de dengue e influenza, e participou do estudo multicêntrico
Comparavac, em parceria com hospitais da Rede EBSERH. Esse projeto avaliou a
eficácia e segurança das vacinas contra a COVID-19, fornecendo dados essenciais para
decisões em saúde pública. Em oncologia, o CPC se destaca com estudos em
colaboração com o PROADI-SUS, como o Oncogenomas Brasil, que investiga mutações
ligadas aos cânceres de mama e próstata, e o VIGIA SUS, que monitora pacientes com
câncer de próstata de baixo risco. Outro projeto de grande relevância é a pesquisa
multicêntrica de uma vacina para o câncer de mama triplo-negativo, um tipo agressivo
de câncer com opções de tratamento limitadas, trazendo novas esperanças no
combate a esse subtipo de câncer.
Essas iniciativas reforçam nosso compromisso em realizar pesquisas que tragam
benefícios concretos à saúde pública", destaca Alessandra Notari, Chefe do Setor de
Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica. "A pesquisa clínica oferece à sociedade
um ganho significativo, pois não só visa desenvolver novos tratamentos, mas também
contribuir para o aprimoramento das políticas de saúde."
Atualmente, o Centro ocupa uma área física de aproximadamente 270m 2 , com
recepção para participantes de pesquisa, sala de coordenação, consultórios exclusivos,
sala de coleta/vacinação, sala de pesquisadores, salas de monitorias, sala de preparo,
sala de infusão e uma sala fria contendo ultra freezers, câmaras para conservação de
imunobiológicos e refrigeradores científicos, com suporte de geradores e sistema de
monitoramento informatizado de temperatura e umidade 24h por dia, 7 dias por
semana; estando apto para condução de estudos de fase II, III e IV, multicêntricos, em
rede, nacionais e internacionais, estratégicos para o SUS.
Possui uma equipe multidisciplinar com treinamento em Boas Práticas Clínicas,
membros com certificação para transporte de material biológico, coordenador de
assuntos regulatórios, farmacêutico e enfermeiro de pesquisa, bem como
investigadores e sub-investigadores com experiência na condução de estudos clínicos.
O Centro também realiza pesquisas experimentais na área de oncogenômica e
oncologia translacional, em colaboração com o Grupo de Pesquisa em Oncologia
Celular e Molecular (GPO) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Essa parceria
fortalece a integração entre pesquisa experimental e clínica, acelerando o
desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e aproximando a ciência da
assistência oferecida no SUS. "A ciência aqui é vista como um instrumento de inovação e de esperança, especialmente em um hospital 100% público que traz inovações ao SUS completa Notari.
Planos para o futuro: expansão e inovação
Para os próximos anos, o CPC busca fortalecer a colaboração com os grupos de
pesquisa da UFPel, consolidando o vínculo entre as pesquisas experimentais e clínicas
e promovendo o intercâmbio de conhecimento. Com foco na inovação tecnológica em
saúde, especialmente nas áreas estratégicas do HE, o Centro pretende investir em
novas tecnologias, que proporcionarão avanços no diagnóstico e tratamento de
diversas doenças, além de contribuir para uma maior eficácia nos cuidados oferecidos
à população.
“Nos próximos anos, reafirmamos nosso compromisso com a excelência,
impulsionando a inovação, fortalecendo a colaboração e promovendo a transferência
de conhecimento. Nossa perspectiva agora é fortalecer o CPC, criar o Centro de
Pesquisa Translacional e o Centro de Inovação em Saúde do HE. Juntos, buscaremos
soluções inovadoras e avanços científicos que melhorem a saúde e a qualidade de vida
da nossa comunidade, fortalecendo o SUS e beneficiando a sociedade como um todo”,
afirma professor Collares.
Outro ponto central nos planos futuros é a expansão dos programas de iniciação
científica e tecnológica da EBSERH, que têm sido fundamentais para a formação de
jovens talentos na área da pesquisa clínica. "A formação de novos pesquisadores é um compromisso do CPC para que sigamos consolidando nossa posição como referência
em pesquisa e inovação", ressalta Notari.
Com essas iniciativas, o Centro de Pesquisa Clínica do HE-UFPel segue consolidando
sua posição como um centro de excelência em pesquisa clínica e inovação tecnológica,
referência para a região sul do Brasil, sempre com o compromisso de contribuir para a
saúde pública e o avanço científico de qualidade.