Caso arquivado: Desaparecimento de Cláudia Hartleben completa nove anos em Pelotas

A professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desapareceu misteriosamente em 2015 e até agora não há desfecho para o caso. (Foto: Reprodução/Facebook)

A professora universitária Cláudia Pinho Hartleben foi vista pela última vez no dia 9 de abril de 2015, quando trabalhou normalmente, visitou uma amiga e retornou a sua casa no bairro Três Vendas, em Pelotas. Com o caso arquivado, familiares e amigos da professora até hoje não possuem uma resposta sobre o paradeiro da professora. 

Cláudia, na época com 47 anos, era professora e coordenadora do curso de Biotecnologia na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e retornava para sua residência na ocasião, após lecionar na instituição e visitar a casa de sua amiga, Eliza Komminou, onde ficou por cerca de duas horas. O trajeto da casa da amiga até a de Cláudia era de 10 minutos. A professora adentrou sua residência, por volta das 22h30 e nunca mais foi vista. 

De acordo com os laudos da Justiça, esses fatos se concretizam porque os pertences que Cláudia portava no dia estavam em sua casa, tais como as roupas que ela usava, anéis, joias, relógio, documentos, cartão de crédito, dinheiro, um maço de cigarros e isqueiro, notebook que usava no trabalho e até mesmo o carro da professora, o qual se encontrava com a chave na ignição dentro da garagem. Também foram encontradas uma xícara de café, há pouco ingerido, e sua cama estava arrumada. 

Além de comprovar que a vítima esteve na residência, a localização desses pertences somada ao fato de que a professora havia marcado compromissos relacionados a Universidade para o dia seguinte ao seu desaparecimento e cuidava de sua mãe, já com 82 anos, e também com exames marcados para o dia seguinte, são comprovações de que a mulher não possuía intenção de viajar.  

Na residência, moravam Cláudia, seu companheiro e seu filho do antigo casamento. Na noite do desaparecimento, seu parceiro estava viajando e o filho estava em casa dormindo, não tendo acordado com a chegada da mãe. O jovem havia sido deixado em casa pelo seu pai, ex-marido da professora, por volta das 21:45h.  

Não foi encontrado nenhum indício de violência, sinais de arrombamento ou digitais de suspeitos na casa. Dessa forma, a denúncia do Ministério Público (MP) foi embasada em contradições nos depoimentos do filho e informações de uma ocorrência de agressão pelo ex-marido, acusando os dois pelo desaparecimento de Cláudia. Segundo a denúncia do MP, pai e filho teriam matado e ocultado o corpo da professora, o qual até hoje não foi encontrado. A denúncia foi negada pela Justiça por falta de provas. 

Em março de 2019, o caso foi arquivado, também por falta de provas e novos desdobramentos. Assim, o caso foi encerrado: sem explicações, sem culpados e sem a localização da professora Cláudia Pinho Hartleben – viva ou morta. 

Atualmente, o curso de Biotecnologia da UFPel possui um laboratório em homenagem à professora, localizado no Campus Capão do Leão: o Laboratório Profa. Dra. Cláudia Hartleben. Além disso, o Centro de Referência à Mulher em Situação de Violência de Pelotas também recebeu o nome da professora. 

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