Pelotense recebe homenagem da Coca-Cola sendo motorista do primeiro caminhão da Caravana de Natal

O pelotense Valdemar Vilella trabalha há 47 anos na empresa (Foto: Vitória Leitzke/JTR)

Para a História, 47 anos não é nada. Dentre tantas coisas que aconteceram neste quase meio século, como ditaduras na América Latina, Guerra Fria, criação do computador pessoal e da internet, o pelotense Valdemar Vilella escreve sua história dentro da Coca-Cola. Era início da década de 70 quando o então adolescente auxiliava no descarregamento dos caminhões da empresa na Estação Ferroviária de Pelotas e carregava os fardos para vagões de trens que iam para municípios vizinhos, como Pinheiro Machado, Dom Pedrito e Bagé.

A eficiência de Vilella destacavase e chamou a atenção de superiores da fábrica em Pelotas, que quiseram o contratar. Iniciando como ajudante de caminhão, seis meses depois ele já era motorista e vendedor da empresa na região. Com tantas décadas de trajetória dentro da Coca-Cola, sendo um dos funcionários mais antigos no país – a Coca-Cola Brasil foi criada durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941 -, a empresa quis homenagear Vilella durante a Caravana Iluminada de Natal da Coca-Cola de 2019.

Sendo iniciada no Rio Grande do Sul por Pelotas, ele foi o motorista do primeiro caminhão da caravana, para relembrar seu antigo cargo, que tanto o marcou na vida pessoal e profissional. No mesmo ano que iniciou na empresa, em 1972, o já motorista atolou um caminhão no interior do município em frente à casa da mulher que seria sua companheira por mais de 40 anos.

“Conheci ela no caminhão da Coca-Cola. Fui fazer uma rota e atolei na frente da casa dela, e eu sempre digo que faz parte as coisas, não tem como deixar a Coca de fora da minha vida. E esses momentos eu guardo comigo até hoje. Encontrei-a no mesmo ano que entrei aqui, noivei em 1974 e casei em 1975 na Catedral”, relembra.

A história romântica teve como consequência três filhos, seis netos e dois bisnetos, porém foi interrompida há cinco anos, quando Vilella ficou viúvo. Os sintomas de depressão persistem até hoje, entretanto, reconhecendo seu trabalho na empresa, a Coca-Cola o remanejou para a Fábrica da Felicidade de Porto Alegre, recepcionando visitantes e animando aqueles que vão conhecê-la. “As coisas acontecem na hora certa e relembrar isso é bom. Hoje estou numa função que é fazer as crianças felizes e isso me dá uma satisfação, aquece o meu coração, porque mais de 40 anos com a pessoa e ficar sem ela te deixa vazio”, desabafa.

Apesar de, atualmente, morar em Porto Alegre, Vilella afirma que estar na sua cidade natal é sempre especial – sua mãe ainda reside no município -, porém, estar em Pelotas com a caravana é ainda mais especial. “Sou honesto em dizer que voltar à minha terra, olhar as coisas diferentes, isso dá uma grande felicidade. Eu vim para cumprir uma missão, levar alegria para as pessoas”, afirma.

Ao ser questionado sobre quando o atual recepcionista da Fábrica da Felicidade de Porto Alegre pretende se aposentar, ele garante: “Já avisei ao meu coordenador que quando completar 50 anos dentro da empresa, podem botar outra pessoa no meu lugar”.

A Caravana Iluminada de Natal da Coca-Cola passou por Pelotas no último dia 30. A ação é realizada pela Coca-Cola Femsa todos os anos e reúne milhares de pessoas nas ruas do
trajeto pelo país.

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