
Há 12 anos, a ONG Casa Vida realiza acolhimentos de pacientes em tratamento médico em Pelotas. O projeto surgiu da vontade de três amigos em acolher e humanizar a estadia dos doentes e seus acompanhantes, vindos de municípios vizinhos, durante este período.
Com sede em sete municípios gaúchos, a Casa Vida oferece aos pacientes e familiares estadia durante todo o tratamento, assim como cinco refeições diárias, auxílio de ferramentas como alimentação por sonda, fraldas geriátricas, bolsa de colostomia, medicamentos e cestas básicas. Além disso, os residentes têm acesso à consultas com nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, advogados e atividades desenvolvidas por voluntários das mais diversas áreas.

Uma das fundadoras e atual diretora da ONG, Palmira Jaques, acredita que disponibilizar destes serviços para aqueles que estão longe de casa, em momentos em que, muitas vezes, acabam fragilizados pela doença, é gerar qualidade de vida para os pacientes. “Isso é humanizar, dar uma alegria a mais para essas pessoas que já estão em dificuldade”, explica. Segundo ela, as pessoas que residem ou pernoitam na casa geralmente chegam por indicação dos hospitais e também das Secretarias de Saúde de seus municípios de origem ou de Pelotas, mas que todos aqueles que precisarem podem procurar a unidade.
A paciente oncológica Rita Inês Oliveira da Silva é de Dom Pedrito e foi encaminhada para a Casa Vida pela Secretaria de Saúde do município. Acompanhada da cunhada, Ana Lúcia, as duas deixaram o local nesta semana, após um mês e meio de tratamentos em Pelotas.

Além das trocas com outras pessoas em tratamento, Rita destacou o carinho que recebeu e a economia por não precisar pagar alimentação e moradia. “Logo que eu soube que vinha pra cá, eu chorei por uma semana, porque ia ficar e não sabia o que eu ia encontrar pelo caminho, mas foi maravilhoso. Só tenho a agradecer”, pontou.

Palmira, que é assistente social por formação, conta que hoje o sentimento é de realização por poder ajudar e mudar a realidade da falta de amparo que, por muitas vezes, presenciou nos hospitais ao longo de sua carreira. “Eu vi pessoas precisando amamentar na UTI neonatal e desmaiando de fome, porque nao tinham condições financeiras para estarem se alimentando e indo e vindo da sua casa” relembra.
A instituição sobrevive exclusivamente de doações da comunidade e parcerias com comércios locais. A contribuição pode ser feita de maneira presencial, na rua General Osório, nº 883, ou através do PIX: CNPJ 111773390001-84.
A Casa Vida também foi pauta do programa Tradição News, da JTRTV, que você pode conferir abaixo: