Pelotas: Instituto de Menores Dom Antônio Zattera completa 100 anos em 2024

Instituto já atende 500 crianças e adolescentes de quatro meses aos 18 anos. (Foto: Arquivo/JTR)

A programação começou neste ano, dia 3 de julho, quando completou 99 anos de fundação. Nessa mesma data, em 2024, o Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (Imdaz) vai celebrar o centenário com evento no Theatro Guarany. É essa a ideia. Até lá, a cada mês, como ocorre desde julho deste ano, um evento mensal será realizado para marcar a trajetória rumo aos 100 anos.

A agenda já está completa. Fica em branco em janeiro, mês de férias na entidade. E só. Depois, agenda cheia. “2024 será um ano bem festivo para nós, embora todas as dificuldades que passamos em 2023 devido à queda nas doações e o grande número de crianças atendidas”, afirma a assistente social Patrícia Frank, há quatro anos diretora do Imdaz. Segundo ela, foi o ano mais difícil à frente da unidade. Por isso mesmo, a data que se aproxima precisa ser celebrada e comemorada.

Motivos não faltam. Mas destaca dois: o reconhecimento à luta para viabilizar o instituto de Dom Antônio Zattera, bispo da então diocese de Pelotas (hoje arquidiocese) entre 1942 e 1977, e também à comunidade que atualmente faz a entidade acontecer – tanto os trabalhadores como as famílias atendidas pelos serviços oferecidos.

Programação
A primeira atividade foi em julho deste ano, com um abraço simbólico e um Parabéns a Você executado pela banda regida pelo maestro Sérgio Guimarães. Em agosto houve um batismo coletivo pela Semana da Família em todas as crianças que concordaram receber o sacramento e o Dia da Família, quando foi realizada uma tarde cultural; no mês de setembro, em homenagem ao Setembro Amarelo (campanha nacional de prevenção ao suicídio), foi dedicado um dia de conversas com as famílias sobre medidas de prevenção – “adolescentes, sobretudo, têm muito problema emocional”, justifica Patrícia.

Diretora do Imdaz, Patrícia Frank valoriza o um século completado pela instituição. (Foto: Roberto Ribeiro/JTR)

A programação teve também atividade em outubro, comemoração do Dia das Crianças “com uma grande festa para elas”. Teve direito à distribuição de doces e brinquedos infláveis em parceria com uma empresa. Na ocasião também foi inaugurado o museu em homenagem aos 100 anos. Para novembro estava previsto um desfile temático no feriado do dia 15 mas a chuva impediu – foi adiado para março de 2024; e em dezembro, dia 13, houve apresentação cultural nas dependências da entidade para marcar o fim da temporada, com apresentação de banda e distribuição de generosas cestas básicas para quase 200 famílias.

“A ideia é que sirva para que nossos acolhidos tenham um bom Natal, um bom Ano Novo e passem bem todo o mês de janeiro, já que estaremos de férias”, diz a diretora. Conforme ela, isso só foi possível graças à contribuição de amigos, empresas parceiras e demais colaboradores que apoiaram o Imdaz na empreitada. Além das cestas, com o suporte da comunidade, cada criança recebeu um brinquedo de presente de Natal. Neste caso, com o auxílio da paróquia do Porto.

A partir de fevereiro a programação do centenário será retomada com o retorno das atividades. O desfile que a chuva não permitiu em novembro marca a agenda mensal do centenário de março, marcado para o dia 2. O percurso tem início no entroncamento da rua das Traíras com avenida Domingos de Almeida até a sede do Instituto (Domingos de Almeida, 3.150), com a banda do Imdaz à frente, seguida por alunos e ex-alunos. Ao fim, parte do contingente de egressos vai conversar com as crianças e adolescentes que hoje são contemplados pelo trabalho da entidade.

Também em março, dia 27, o centenário será firmado com uma Via Sacra alusiva à Páscoa. “Em março são dois eventos para compensar o janeiro”, explica; em abril, encontro batizado “Tropinha de Jesus” – retiro com 150 crianças de oito a 11 anos na praia do Laranjal; para maio, dia 11, um sábado, a atividade prevista para celebrar o centenário do Imdaz será “O dia de quem cuida de mim”, nova homenagem às famílias – “não chamamos de Dia das Mães, é uma figura ausente em muitas famílias aqui”, diz Patrícia. Antes, também em maio, dia 4, o Instituto de Menores faz outro retiro no Laranjal, desta vez, no entanto, para outro público – os adolescentes dos 12 aos 18; em junho, dia 15, jantar de confraternização em homenagem aos 100 anos na paróquia São Cristóvão, com participação de funcionários, empresas e entidades parceiras.

O ápice está previsto para 3 de julho, uma quarta-feira, com um espetáculo no Theatro Guarany, exatamente no dia em que o Instituto de Menores foi fundado há 100 anos. Nesse evento, dois artistas “importantes do Rio Grande do Sul” foram chamados para se apresentar. A diretora do Imdaz não revela os nomes porque a participação de ambos até a data da entrevista, no início de dezembro, ainda não havia sido confirmada. “Está encaminhado”, assegura.

Crianças e adolescentes também vão subir ao palco. “A ideia é que encenem os 100 anos da instituição, com o título ‘O sonho que se tornou realidade’”, revela. Segundo Patrícia, o roteiro está escrito: vai contar a história do Instituto de Menores desde os primórdios, com os primeiros acolhidos, como a ideia cresceu, tomou corpo e chegou ao centenário.

Toda essa agenda festiva, principalmente a já executada, se justifica pela verdadeira batalha que precisou ser travada em 2023 para entregar o que o Imdaz promete. “A gente conseguiu ficar em pé”, orgulha-se. E não apenas pelo o que oferece. Patrícia gosta de observar que, atualmente “não é mais só a comida o principal atrativo do Instituto”. Ela defende que hoje a instituição é um espaço lúdico, com pegada pedagógica, não mais um ambiente tão-somente de suporte a famílias de baixa renda. “Somos também uma opção de acolhimento e formação, não a última [opção], damos amor, carinho, atenção, estudo e ainda alimentação – é isso que o Imdaz oferece hoje às pessoas que nos procuram”, sustenta.

Como contribuir
Toda a ajuda da comunidade é bem-vinda, assegura a diretora do Imdaz, para manter o trabalho que hoje atende quase 500 crianças e adolescentes dos quatro meses (estes acolhidos em turno integral no berçário) aos 18 anos no turno inverso ao da escola, com aulas de reforço escolar e oficinas de dança, taekwondo, música, informática e idiomas (inglês e espanhol), além de cursos profissionalizantes – cujo projeto para 2024 é ampliá-los. Em 2023 foram abertas turmas da educação infantil, o que inclui jardim, pré 1 e pré 2.

E apesar das incertezas, não sumiu do horizonte de Patrícia a ideia de dotar o Instituto de turmas de ensino regular nas séries iniciais – do 1º ao 4º ano. A comunidade pode contribuir para este projeto sair do papel. Contribuições financeiras são aceitas via pix 92.238.138.0022-76 (CNPJ).

Doações de gêneros alimentícios, roupas, fraldas infantis, produtos de cozinha podem ser feitas de segunda a sexta-feira das 8h às 17h na avenida Domingos de Almeida, 3.150, Areal.

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