
Dois Parques Tecnológicos da Zona Sul receberão recursos de R$ 25 milhões destinados por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A destinação foi confirmada na terça-feira (29), a partir de uma suplementação de recursos no valor de R$ 240 milhões, concedida ao Edital Parques Tecnológicos, de 2021. Em um primeiro momento, o edital contemplou 14 parques, sendo os 10 primeiros colocados em um ranking que avaliou as propostas de utilização dos recursos, e outros quatro das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste. O total de R$ 180 milhões foi destinado para Parques Tecnológicos em implantação e em operação. O Pelotas Parque Tecnológico (PPT) alcançou a 11ª posição e o Oceantec, a 13ª.
Com os novos valores disponíveis, além dos dois da Zona Sul, outros 17 parques de todo o país também foram contemplados. Na Princesa do Sul, o presidente do conselho de administração PPT, Leandro Reichow, explica que os R$ 14,9 milhões serão utilizados para ampliação do Parque e implantação do Hub de Inovação em Saúde e Biotecnologia. Anunciado em 2022, o projeto tem valor total estimado em R$ 19,7 milhões, que serão complementados por meio de contrapartidas das empresas parceiras. Ainda compõem o projeto Lifemed, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti) de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Fundação Delfim Mendes Silveira.
A estrutura, de quatro andares, será construída junto à Lifemed, próxima ao Distrito Industrial. Estão previstos laboratórios específicos para a inovação em Saúde e Biotecnologia, equipados e adequados para que startups e empresas possam partir da pesquisa básica, executar provas de conceito e alcançar as etapas de industrialização de seus projetos, seguindo as especificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Tecnosul será a entidade executora do projeto. Os próximos passos serão a contratação efetiva do projeto junto à FINEP, disponibilização dos recursos, revisão do projeto executivo e início da contratação dos fornecedores. O prazo previsto para conclusão e inauguração do prédio é de 36 meses.
A confirmação dos recursos irá facilitar a efetiva implantação. Conforme Reichow, os parceiros já buscavam alternativas para viabilizar o projeto. “A execução seria muito difícil sem aporte da Finep. O investimento realizado pelo país em Ciência, Tecnologia e Inovação será fundamental para dotar a região de uma infraestrutura ímpar no Brasil”, disse, citando também o Parque Tecnológico Oceantec.
Neste sentido, ele destaca que a Zona Sul receberá um importante instrumento de fomento a atração de investimentos, projetos e empresas nas áreas de Saúde e Biotecnologia, que demandam uso da tecnologia e possuem capacidade de agregação da valor. “Espera-se que este projeto contribua ativamente para fazer de Pelotas e região uma referência nacional em Inovação em Saúde e Biotecnologia”.
Criado em 2016, o Pelotas Parque Tecnológico é gerido pela TECNOSUL – Parque Científico e Tecnológico, uma associação civil sem fins lucrativos de direito privado, caráter científico, tecnológico, educacional e cultural. Atualmente, 63 empresas atuam no Pelotas Parque Tecnológico, sendo 23 instaladas nas áreas geridas pelo Parque, sete no coworking, 15 incubadas, 18 pré-incubadas.
Investimentos na Economia Azul
No Ocenatec, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o projeto, em parceria com a Superintendência do Porto de Rio Grande (SUPRG), o Arranjo Produtivo Marítimo RS (APL Marítimo RS), as Prefeituras Municipal do Rio Grande e Santo Antônio da Patrulha e parcerias institucionais busca gerar um hub tecnológico articulando projetos prioritários e tecnologias voltadas à Economia do Mar “capazes de situar o Porto de Rio Grande e a costa do RS em uma posição competitiva em nível nacional e internacional”, aponta o projeto.

O diretor Artur Roberto de Oliveira Gibbon explica que os R$ 11 milhões serão aplicados na construção de estruturas físicas nos campus Carreiros, em Rio Grande, e de Santo Antônio da Patrulha, para incentivar e abrigar a criação de startups e empresas de tecnologia voltadas ao setor, investir em equipamentos e promover atividades como oficinas, hackathons e capacitações. A ideia, segundo ele, é ligar todo o litoral com o propósito da Economia Azul.
O termo abrange também a Economia do Mar, setor econômico amplo com atividades econômicas portuárias, da pesca, estaleiros e atividades turísticas, por exemplo. A Economia Azul, no entanto, considera a sustentabilidade. “Para todas essas atividades econômicas, para todos esses projetos e aproximar esses atores: empresarial, acadêmicos, o governo”, explica.
Inaugurado em novembro de 2017, o Oceantec abriga hoje empresas nas áreas de Tecnologia da Informação, Computação, Automação e Engenharias, Tecnologias para Indústria, Comércio, Serviços e Energias renováveis, possuindo espaço para incubação, pré-incubação, espaço para pesquisa, ensino e desenvolvimento e coworking.