Por Stéfane Costa
Bandeiras, balões, camisas e outros artigos com as cores da seleção brasileira se espalham por lojas e estabelecimentos de Pelotas e a Copa do Mundo vai tomando conta da Princesa do Sul. Por outro lado, a vida trazida pela paixão nacional tem esvaziado as ruas da cidade e preocupado o setor do comércio nos últimos dias.
O fato de o evento esportivo estar ocorrendo no fim do ano já provocou curiosidade a muitos torcedores, que estavam acostumados a acompanhar a competição no meio do ano. A resposta para esta questão é simples e está ligada ao clima do Catar, país sede desta edição da Copa que, na época em que a competição costuma ocorrer, apresenta uma temperatura que pode superar os 50ºC, inviabilizando a prática esportiva. Mas é justamente esta mudança de data que causa preocupação ao setor do comércio, que já se prepara para as vendas de fim de ano.
Todos os olhos acabam se voltando para as partidas da Copa, fazendo com que as ruas da cidade acabem esvaziando, o que tem prejudicado os lojistas de Pelotas. Segundo Renzo Antoniolli, presidente do Sindilojas Pelotas, o impacto do evento é negativo no setor.
“O impacto da Copa do Mundo no comércio de Pelotas não é positivo, ele obviamente que afasta os clientes, os consumidores e os próprios lojistas dos seus estabelecimentos em função de que a cidade fica vazia”, aponta.
Também com relação à época de realização do evento da FIFA, Renzo ressalta o momento complicado, desde o final de novembro ao dia 18 de dezembro, “que é o melhor mês de vendas do varejo, e como tem estabelecimentos que fecham, outros não fecham, acaba prejudicando todo mundo, porque a cidade fica esvaziada”, completa.
O gerente de uma loja de roupas do Calçadão, aponta que um dos maiores problemas para as vendas é o fato do público não voltar ao centro após os jogos. “O impacto tá bem negativo, porque nos dias de jogos mesmo após a gente fechar pro jogo, quando a gente abre novamente, o movimento morreu. A nossa cidade, na verdade, tem muito servidor público, que o expediente está até o horário do jogo, depois do jogo todo mundo pra casa e não volta pro centro, reduz muito”, diz.
Ainda segundo ele, mesmo com a comercialização de algumas peças temáticas da Copa as vendas caíram muito e o mês de dezembro é uma preocupação uma vez que grande parte do setor costuma estender o horário de comercialização. “Trabalhar até às nove horas (da noite) no fim do ano, sem movimento no centro…é pagar pra trabalhar”, acrescenta.
No entanto, alguns vendedores que trabalham principalmente com itens para torcedores comemoram o movimento provocado pela Copa do Mundo em Pelotas, como é o caso da ambulante Tatiane, que vende itens como camisas e bandeiras. “Para mim, está sendo ótimo. Porque eu estou vendendo bastante camisa, bastante coisas da Copa, então pra mim o movimento melhorou bastante, pra mim não prejudicou em nada, pelo contrário, até melhorou”, avalia.
A preparação do setor para as vendas de Natal e ano novo deve se intensificar nos dias que seguem após o fim da Copa do Mundo, trazendo uma possível retomada brusca do movimento e sobrecarregando o comércio.