
Dez anos de um trabalho inclusivo, crescente e de assistência altamente qualificada voltado a crianças, jovens e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Pelotas. É o que marca essa terça-feira (2) na trajetória do Centro de Atendimento ao Autista Danilo Rolim de Moura. Os avanços e conquistas obtidos foram destacados pela prefeita Paula Mascarenhas e comemorados por profissionais, servidores e famílias assistidas pela instituição, dentro da programação alusiva à data e da 11ª Semana Municipal de Conscientização sobre o Autismo
No cerimônia, ao parabenizar todos os envolvidos com a instituição, a chefe do Executivo relatou a satisfação de ter sido testemunha e participante ativa na construção da história do Centro de atendimento ao Autismo. “São dez anos mas quando a gente olha pra trás até parece mais tempo diante de tanta luta e dedicação, mas sobretudo de muito amor e afeto que são os sentimentos mais transformadores. São esses sentimentos que nos dão força capaz de mudar as estruturas e realizar sonhos. E este foi um sonho realizado a muitas mãos, muitas pessoas unidas em defesa de uma causa humanitária, mostrando que quando a gente se une em prol de uma causa a gente constrói e faz história” observou Paula, desejando felicidades a todos e vida longa ao Centro.
Conforme a diretora do Centro, Débora Jacks, do início das atividades até agora houve muitas mudanças, como a construção de uma rede de apoio significativa, não só com as áreas da Saúde, Educação e Assistência Social, mas com a própria comunidade, envolvendo também as universidades e aprimoramento dos trabalhos. “No ano passado, além do trabalho direcionado para a intervenção precoce, nós começamos a nos voltar aos jovens e adultos porque eles estão se preparando para os espaços acadêmicos e espaços sociais para os quais precisam desenvolver habilidades de interação. Para isso, criamos projetos pilotos com três grupos: um dos 16 aos 20 anos, com pesquisas e vivências, fazendo com que eles se desenvolvam melhor, acompanhados de professoras e uma psicóloga. Além desse, temos outros dois grupos de 13 aos 15 anos, sempre buscando o atendimento focado nas interações sociais, na comunicação, no compartilhar das informações”, detalhou Débora.
Também participaram das comemorações a secretária de Educação, Adriane Silveira, os vereadores Jone Soares (PSDB), Cristiano Silva (União) e Miriam Marroni (PT).
Dez anos com Evento internacional de educação inclusiva
O processo de formação continuada dos profissionais do Centro de Autismo contará neste ano ano com um grande e significativo evento realizado em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel): a cidade e o Centro sediarão o Congresso Luso-brasileiro de Educação Inclusiva (Conlubra) realizado, pela terceira vez, no município. O evento está previsto para ocorrer em agosto e tem a participação e o apoio da Universidade do Minho, de Portugal.
O Centro de Atendimento ao Autista
Inaugurado no dia 2 de abril de 2014 pelo então prefeito Eduardo Leite, o Centro de Atendimento ao Autista Danilo Rolim de Moura foi aberto na antiga sede, na rua Gonçalves Chaves, 3.416, vinculado à Prefeitura de Pelotas, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed). Desde o dia 5 de março de 2018 passou a atender no prédio do extinto hospital Cruz de Prata, (rua general Argolo, 1.801). A partir de 2021, Pelotas passou a contar com um Centro Macrorregional do Programa TEAcolhe, do governo do Estado, do qual a direção do Centro Danilo Rolim de Moura é integrante do grupo técnico de ensino do Programa.
A unidade conta, atualmente, com 543 alunos e cerca de 50 profissionais, dentre os quais estão monitores, pessoal de apoio administrativo, professores, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos, entre outros. No ano passado, foram cerca de 45 novos estudantes que ingressaram no espaço. Os alunos matriculados participam de atividades como arteterapia, pet terapia, ludoterapia e tecnologia assistiva, além de oficinas de xadrez e atividades físicas variadas. O modelo de atendimento segue diretrizes da Universidade do Minho, que junto com a UFPel é uma das parceiras da iniciativa.
As atividades realizadas no Centro complementam as realizadas nas escolas sem substituí-las. Os usuários são, portanto, admitidos no turno inverso ao dos educandários. Também são realizados estudos de caso, formando um documento enviado à escola com orientações e estratégias específicas a serem desenvolvidas com cada aluno.