No mundo dos aplicativos e da tecnologia, o Braille, inventado por Louis Braille, na primeira metade do século 19, ainda é a principal ferramenta de inclusão utilizada para pessoas cegas ou com deficiências visuais. O sistema é uma representação tátil de símbolos alfabéticos e numéricos que utiliza seis pontos para representar cada letra e número, e até mesmo símbolos musicais, matemáticos e científicos.
Neste sábado (4), é o Dia Mundial do Braille, instituído em novembro de 2018, por decisão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a ONU, 1,3 bilhão de pessoas vivem com este tipo de deficiência e a decisão pretende reconhecer que a promoção dos direitos humanos e liberdades fundamentais no contexto do acesso à linguagem escrita é um pré-requisito essencial para a plena realização dos direitos humanos para cegos e deficientes visuais.
O uso desta linguagem permite a comunicação de informações importantes entre pessoas cegas ou com deficiências visuais, garantindo competência, independência e igualdade. “Não há como dissociar o Braille, o aplicativo até facilita a vida da pessoa cega mas o Braille é que vai alfabetizá-lo”, resume a vice-diretora da Associação Escola Louis Braille, Karina Monteiro Bueno, instituição presente há mais de 67 anos em Pelotas e que atende 160 alunos de 28 municípios da região, entre zero e 60 anos. Atualmente, a escola está em férias e o retorno dos alunos ocorre em 17 de fevereiro.
Idealizada por Guilherme Echenique Filho, a escola nasceu como departamento da Biblioteca Pública Pelotense e teve como primeira professora, a jovem cega Lory Huber, que resolveu partilhar com outras pessoas cegas o que sabia e seus aparelhos especializados como regletes e punções para escrever e calcular. Ela dava ainda aulas de datilografia, trabalhos manuais canto e música. No dia 10 de junho de 1952, a escola foi fundada oficialmente com apenas seis alunos.
A Associação Escola Louis Braille está localizada em Pelotas, na rua Andrade Neves, 3084, prédio construído pelo governo, em 1963, em terreno doado pela cidade. O objetivo é atender pessoas com deficiência visual, especialmente crianças, e que possuem baixa renda. Entre as atividades oferecidas estão aulas de informática adaptada para o braille, coral adulto, aula de percussão, violão e auxilio em mobilidade, entre outras.
Está constituída por três departamentos que trabalham interligados: O Centro de Reabilitação Visual Departamento Clinico Especializado, o Centro de Atendimento Educacional Especializado e a Escola Especial – Departamento de Educação. O Centro de Reabilitação Visual (CRV) é a porta de entrada para a escola, e visa proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas com deficiência visual e suas famílias, promovendo o desenvolvimento funcional da visão e independência nas atividades cotidianas.
A Escola Especial Departamento de Educação oferta educação especial para alunos com deficiência visual, perpassando a educação infantil até o ensino fundamental, além das séries iniciais (um a quatro anos) para as famílias que desejam matricular seus filhos nesta modalidade de ensino.
O Centro de AEE Departamento de Atendimento Educacional Especializado em DV oferece de forma complementar ou suplementar ao ensino regular o AEE perpassando todos os níveis, etapas e modalidades do ensino. Os serviços oferecidos são voltados para alunos com deficiência visual objetivando o acesso, participação e interação dos mesmos nas atividades escolares de forma efetiva e significativa.