Por Julia Barcelos e Maria da Graça Marques
As expectativas são boas, mas os consumidores apostam em produtos variados. Não apenas os chocolates devem ser presenteados neste ano, muito em razão dos preços elevados, quanto pela menor quantidade de cacau no mercado mundial. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), Renzo Antonioli, os lojistas pelotenses esperam vender 4,6% a mais para a Páscoa deste ano. Nesta sexta-feira (18) e na segunda (21), as lojas de maior porte abrirão as portas, o que a Convenção Coletiva de Trabalho permite, informa Antonioli.
De acordo com levantamento do Sindilojas, o preço médio do tíquete do presente permanecia, no começo da semana, em R$ 157, com 47% dos pagamentos feitos com Pix, outros 27% por meio de cartão de crédito e 26% pelo crediário tradicional. Além dos chocolates, confecções, calçados e brinquedos são os presentes preferidos. Com os preços mais caros dos ovos de chocolate, muitos consumidores apostam em alternativas, contam os lojistas, que se mostram criativos em oferecer sugestões mais baratas.

Quando se fala em chocolate, o produto ainda mais vendido para presentear na data, os preços variam muito de um para outro tipo de comércio, com aumentos médios de 10% a 15%. Em promoções, é possível adquirir caixas de bombons e barras de chocolates por custos mais acessíveis. São ofertas pela compra de duas ou três unidades com descontos, que provocam filas junto aos caixas para pagamento. Enquanto um ovo de chocolate de 320 gramas custa R$ 69,90, duas caixas de bombons são vendidas a R$ 10,49 cada uma. Com 80 gramas, um ovo de chocolate, em promoção, está com seu preço reduzido de R$ 24,99 para R$ 17,99, o que garante a preferência de muitos consumidores.

Nas lojas especializadas, a procura maior deve ocorrer mesmo nos dias anteriores à Páscoa, que deve ter movimento semelhante ao do ano passado. O clima, com temperaturas mais amenas, e o período do mês ajudam neste ano, na opinião dos franqueados. Segundo Mauro Ferreira, o aumento médio ficou em 12%. Com casca recheada, os de primeira linha são os ovos com pistache, com preços a partir de R$ 109, cobrados pelo “duo gourmet”, combinado com caramelo com sal. Mas é possível adquirir barras de chocolate ao leite por R$ 9,90 a unidade e trufas a partir R$ 3,50, com 13,50 gramas.
A secretária aposentada Rose Marie Lima, moradora do bairro Porto, faz pela primeira vez neste ano ovos de Páscoa artesanais, inovando seu gosto pelos doces. Buscou as receitas na internet e o objetivo é gerar uma renda extra, além de fazer os próprios presentes. Com a experiência que está ganhando agora, Rose Marie já se prepara para fazer opções em chocolates para outras datas festivas, como o Dia das Mães, em maio, e o Dia dos Namorados, em junho.

Na loja onde Itamar dos Santos é vendedor, a doceira foi buscar ingredientes extras para acrescentar aos chocolates que estava produzindo. No local, as vendas estão abaixo do passado. A expectativa está voltada para as vésperas da Páscoa. “O pessoal deixa para última hora e, depois, tem corrida”, lembra Santos, que aponta a falta de alguns papéis para embalar como o problema que ainda pode surgir.
Lojas abertas nos feriados
De acordo com Antonioli, as lojas de maior porte já adiantaram que abrirão nos dois próximos feriados: nesta Sexta-Feira Santa e no Dia de Tiradentes, comemorado na segunda-feira. Segundo a convenção coletiva de trabalho, é permitido funcionamento do comércio nos feriados, mas as lojas que abrirem devem pagar ao empregado o bônus de R$ 118,77 pelo dia trabalhado, sem prejuízo da folga semanal.
Comércio de peixes aquecido
Além dos chocolates, a data também movimenta a venda de peixes para a ceia da Sexta-feira Santa. Na semana que antecede a Páscoa, a Prefeitura de Pelotas organiza a Feira do Pescador com pontos de venda de pescados espalhados pela cidade. A feira foi aberta na segunda-feira (14) e segue até sexta em 45 locais no município. Entre eles está o Mercado Central, onde já há as tradicionais peixarias e, nesta época do ano, são montadas barracas, devido ao aumento da procura pela mercadoria que resultam em uma maior movimentação nas bancas.

Para Jair Antônio Dias, proprietário da banca Aquários, as vendas deste ano estão melhores quando comparadas às do ano passado. “O início da segunda-feira teve um movimento bom. Hoje, terça-feira (dia da entrevista), também está sendo bem movimentado. Não sei se o pessoal está se antecipando ou se está se agradando do preço da mercadoria, mas estão procurando bastante”, relatou.
O mesmo cenário se repete na banca Fruto do Mar, onde as vendas começaram bem, tendendo a melhorar com a aproximação do feriado. Segundo Adão Alves, gerente de vendas da peixaria há 40 anos, neste ano, os peixes mais procurados na banca estão bastante diversos. “Sai tainha, corvina, pescada, pescadinha, abrote, todos eles saem. Depende da quantidade que o peixe der. Aquele que dá bastante sempre sai mais porque o preço diminui”, explicou o gerente. Já na peixaria Aquários, estão sendo vendidas grandes quantidades de filé de traíra e de pescada, e os peixes inteiros, como a tainha.
A mercadoria mais procurada continua sendo o camarão. Porém, devido à safra abaixo do esperado, a quantidade do item está reduzida e os preços estão altos, chegando a custar R$ 98 o quilo. “O camarão está ruim, já parou de dar e a gente tem só o que já tinha guardado. Está aparecendo um pouco ainda, mas é em pouca quantidade. E o preço, infelizmente, está alto”, contou Igor Fonseca, proprietário da Estrela do Mar. Já na Frutos do Mar, os preços variam entre R$ 60 e R$ 80 o quilo. “Isso é porque depende do tamanho do camarão. Daquele bem grande se torna um pouco mais caro, os menores vão ser mais baratos um pouco”, esclareceu o gerente de vendas da banca.
Quanto aos preços dos outros tipos de peixe, os valores variam bastante e podem servir em diversos bolsos. Há opções de peixes inteiros, a partir de R$ 21 o quilo; em postas, a partir de R$ 25,90; e filés, a partir de R$ 32,40. Conforme Alves, a tendência é que os preços diminuam com a chegada da data. Além disso, os valores divergem de acordo com a peixaria.
“Deixo meu convite para que venham e visitem. Tem as outras peixarias também, como a Pontal e a Peixaria Z3. São todas pessoas competentes, fazem de tudo para manter as mercadorias e não faltar para ninguém. Não só para os pelotenses, porque muitas pessoas vêm até aqui (Pelotas) pra pegar mercadoria. Estão todos de parabéns por se dedicarem tanto o ano todo pra não deixar faltar”, finalizou Alves.