O projeto de extensão “25 anos depois da 10 Imagens da Arquitetura Pelotense: caminhografando o patrimônio cultural da cidade”, comemorativo aos 50 anos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), está desenvolvendo diversas ações tendo como base o livro “100 Imagens da Arquitetura Pelotense”, publicado em 1998, de autoria de Rosa Maria Garcia Rolim de Moura (In memoriam) e Andrey Rosenthal Schlee que assumiu, na última semana, a direção de Patrimônio Material e Fiscalização, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
De acordo com o coordenador do projeto, professor Eduardo Rocha, a ideia surgiu no meio de uma pesquisa. “Eu estava consultando o livro sobre um edifício e percebi que ele havia sido demolido. A partir daí, percebi que as informações da primeira edição completam 25 anos em 2023, mas ainda estavam vivas para os pesquisadores e leitores”, explicou.
Para Rocha, o livro “100 Imagens da Arquitetura Pelotense”, é de suma importância para a história da arquitetura de Pelotas, sendo bibliografia básica sobre o patrimônio arquitetônico da cidade de Pelotas está presente na maioria das pesquisas, teses, dissertações e TCC’s e é consultado quase como um glossário por pesquisadores, estudantes e curiosos sobre o tema. “O livro é um dos responsáveis pelo reconhecimento do patrimônio cultural da cidade de Pelotas e fomentou os tombamentos estaduais e federais. É essencial refazer o diagnóstico da arquitetura destacada na obra, depois de 25 anos, com a evolução do conceito de patrimônio cultural e memória e da própria ideia de preservação e cultura”, ressaltou.
Dentro do cronograma do projeto está prevista a publicação de fichas de identificação de cada uma das 100 imagens que já estão sendo produzidas. “Nos impressiona o alto nível de descaracterização das fachadas, as modificações, os abandonos e algumas demolições e ruínas. Algo que deve servir para repensar as ações de educação patrimonial, no que tange a arquitetura e a cidade, nas várias atividades do projeto”, atentou Rocha.
Para dar visibilidade ao projeto, foi criado um site que já disponibiliza a primeira edição do livro e mapas com a localização das 100 imagens. Os interessados poderão acompanhar no site as ações que acontecerão ao longo do ano de 2023. Em breve, o site também disponibilizará para download a segunda edição digitalizada e mais uma “terceira edição”, não publicada, com anotações realizadas pela professora Rosa, encontrada em um sebo da cidade. Além disso, serão publicados mapas com roteiros caminháveis, separados por grupos de edificações e zonas da cidade de Pelotas.
O projeto
O projeto pretende reunir estudantes, professores, pesquisadores e cidadãos, com o objetivo de criar e praticar roteiros de caminhadas pelas 100 imagens da arquitetura pelotense, refotografar os imóveis e organizar exposição digital e analógica sobre o projeto, com o intuito de repensar o patrimônio e as políticas culturais na cidade. A ideia é reavaliar as 100 imagens, a partir das atividades. Como projeto integrado, também contemplará atividades de ensino e pesquisa.
Está prevista para o final do trabalho a montagem de uma exposição itinerante, sobre as 100 imagens 25 anos depois, publicações e um seminário aberto com a presença do professor Andrey Schlee.
O projeto é uma iniciativa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb) e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (PROGRAU) e tem a participação de diversos laboratórios, pesquisadores, docentes e discentes da UFPel e do Grupo de Pesquisa Cidade+Contemporaneidade. Além disso, participam docentes e discentes da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).