Museu Gruppelli retoma funcionamento com evento no dia 22 de setembro

O Museu Gruppeli foi inaugurado em outubro de 1998, como uma iniciativa da comunidade e capitaneada pela Família Gruppelli e dois incentivadores, a professora Neiva Vieira e o fotógrafo Neco Tavares. (Foto: Divulgação)

Após oito meses fechado para restauro, o Museu Gruppelli retomará o funcionamento ainda neste mês. A reabertura acontecerá no dia 22 com um evento especial, o qual contará com atrações culturais, musicais, brinquedos infláveis, mateada e muito mais. O museu expõe itens pertencentes às famílias residentes da região do 7º Distrito de Pelotas a fim de preservar suas memórias e histórias.

Construído na década de 1930, o prédio que abriga o Museu Grupelli necessitava de reparos há alguns anos. Assustados com a situação da estrutura que começava a ruir, os contribuintes voluntários do museu enviaram um projeto de revitalização do prédio para o Pro – grama Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (Procultura), em 2022. “Todo mundo via que estava precária as condições, o telhado estava caindo, estávamos com vários locais perigosos”, explica a produtora executiva e cultural do projeto, Marciele Goetzke. O medo aumentava ainda mais com a queda do telhado e desabamento de outro museu rural – o Museu Etnográfico da Colônia Maciel.

A importância do projeto para a comunidade foi atestada através de uma consulta com cartas de recomendação. Segundo Marciele, foram cerca de 50 recomendações de aprovação do projeto. “Não era uma demanda só do grupo, era de toda a comunidade para que se protegesse esses locais de memória. Porque temos vários locais na zona rural, só que muitos deles também não estão recebendo o aporte necessário, e o Gruppelli precisava desse suporte, já que era necessário uma revitalização drástica”, explica.

Em 2023, o projeto foi aprova – do pelo Procultura. Porém, as obras começaram apenas em janeiro de 2024. Durante o período de restauro, foram revitalizados o telhado e a estrutura de sustentação do prédio. Além disso, foi construída uma nova escada de acesso ao piso superior, que estava desativado; e uma rampa de acessibilidade.

Com as obras finalizadas, faltam apenas a pintura e realocação do acervo para que a reabertura possa ser feita. O evento que marcará o retorno do museu será realizado no domingo pós-feriado, dia 22 de setembro, a partir das 13h. Na ocasião, haverá uma mini-mostra audiovisual e fotográfica para exposição do processo de revitalização. “Queremos fazer esse contras – te para o pessoal visualizar, já que eles queriam tanto e apostaram no nosso trabalho. Queremos entregar esse serviço para a comunidade de uma forma mais incrível e emocionante possível”, afirma Marciele.

A programação também conta – rá com a apresentação da banda da Escola Municipal de Ensino Funda – mental João da Silva Silveira, situa – da na localidade de Monte Bonito, seguida do grupo musical original da região, o Estrela do Som. Entre as outras atrações, estão brinque – dos infláveis, distribuição de pipoca, mateada com a erva-mate Portão e outras surpresas que ainda estão sendo preparadas.

Neste dia, também será promovida a literatura local com o lança – mento de alguns livros de escrito – res da região, tais como o Tormento de Mery Petri, escrito por Marciele e publicado em 2023, o qual será disponibilizado para venda no museu e terá toda sua renda destinada a obras futuras no prédio. Outros livros também serão expostos, como o Monte Bonito da Serra dos Tapes, também de Marciele; o Catálogo do Museu Gruppelli e Desvendando Emoções do Museu Gruppelli, de José Paulo Brahm; e gibis de len – das rurais.

Maurício Pinheiro, museólogo, educador e colaborador voluntário do museu, e Marciele Goetzke, produtora executiva e
cultural do projeto de restauro do local. (Foto: Julia Barcelos/JTR)

Sobre o museu

O Museu Gruppeli foi inaugurado em outubro de 1998, como uma iniciativa da comunidade e capitaneada pela Família Gruppelli e dois incentivadores, a professora Neiva Vieira e o fotógrafo Neco Tavares. “Eles criaram um espaço para preservar seus modos de vida, de trabalho, dos moradores locais”, explica o museólogo, educador e colaborador voluntário do museu, Maurício Pinheiro. Dessa forma, o acervo do museu foi montado a partir de doação de residentes da região e objetos que já estavam no prédio, reunindo referências do patrimônio rural que fossem significativas para a população circunvizinha. O prédio foi construído na década de 1930 para funcionar como uma vinícola, na parte inferior, e como hospedaria, na parte superior. Em 2008, o museu passou a ser vinculado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e faz parte de um projeto de extensão, coordenado pelo professor do curso de Museologia Diego Lemos Ribeiro até 2023 e, atualmente, por José Paulo Brahm.

Segundo Pinheiro, a universidade trouxe um olhar mais técnico para o acervo, organizando-os em 10 cenários diferentes. Além disso, a instituição traz de retorno à comunidade eventos e exposições que tratam de temas atuais, como a enchente de 2016 que prejudicou a região e até mesmo chegou a atingir o museu. “Na época, a gente fez uma exposição mostrando todo o processo de recuperação daquele acervo”, exemplifica o museólogo. O Museu Gruppelli está aberto à visitação sempre aos domingos, das 10h às 16h. Também é possível realizar o agendamento em outros dias ou horários através das redes sociais do museu: @museu. gruppelli (Instragram) e Museu Gruppelli (Facebook).

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