Delícias Portuguesas: uma tradição passada de mãe para filha

Maria Eulália Duarte, sócia-proprietária da doceria Delícias Portuguesas, traz as especialidades lusitanas diretamente da Europa. (Foto: Samantha Beduhn/JTR)

Com toda sua tradicionalidade, a Fenadoce é um evento que marca a vida de milhares de pessoas e reúne as mais diversas histórias, inseridas na riqueza cultural da Feira. Entre essas histórias está a de Maria Eulália Duarte, sócia-proprietária da doceria Delícias Portuguesas, que traz as especialidades lusitanas diretamente da Europa.

O empreendimento já tem anos de história, tendo sido fundada pela mãe de Maria Eulália. “Minha mãe veio de Portugal e trouxe na bagagem várias receitas, muitos doces de lá. A gente aperfeiçoou com os nossos insumos aqui e lançamos os nossos doces”, comenta.

Quanto ao nome da doceria, ela explica que foi uma maneira de marcar suas origens. “Nós somos portugueses, viemos de Portugal. Então, assim, a gente mantém a nossa tradição doceira e, também, a cultura daqui, os doces tradicionais daqui”, explica.

Com o passar dos anos, a responsabilidade de dirigir o empreendimento foi passada para Maria Eulália e suas duas irmãs. Sendo um negócio essencialmente familiar, hoje, a doceria está em sua terceira geração. Isso porque esse ofício já foi repassado para a filha da doceira.

Outro marco perceptível da cultura portuguesa está no vestuário das atendentes do estande. Todas as funcionárias utilizam um lenço amarrado em suas cabeças, da mesma forma que usam os moradores da região do Minho, em Portugal. “A gente tem que ter uma cobertura de cabeça, né? Uma toca, alguma coisa pra cobrir. Então, usamos esse lenço para destacar, para evidenciar mais o nome Delícias Portuguesas”, detalha Maria Eulália.

A participação na Fenadoce também é uma tradição, sendo essa a 27ª edição que a doceria participa. Além de ter uma loja própria em Pelotas, a Delícias Portuguesas possui também um fábrica para a produção de suas especiarias. Segundo Maria Eulália, há cerca de 30 pessoas trabalhando na fábrica e outras dez no estande, juntamente com ela.

Entre os doces oferecidos pela Delícias Portuguesas, destaca-se o pastel de nata – igual à receita original do pastel de Belém, feito em Portugal. Essa especialidade é produzida na fábrica da doceria e enviada pré-pronta para o estande, onde é assada e entregue aos clientes. “As pessoas comem quentinho, com canela, acompanham com um cálice de vinho do Porto, caso queiram. E aí, a gente fecha o olho e se imagina em Lisboa!”, brinca a doceira.

Entre os doces oferecidos pela Delícias Portuguesas, destaca-se o pastel de nata, igual à receita original do pastel de Belém, feito em Portugal. (Foto: Samantha Beduhn/JTR)

Apontado como a principal especialidade da banca, o pastel de nata faz jus ao nome da doceria, sendo uma verdadeira delícia lusitana. Os sorrisos e o atendimento gentil das atendentes completam o ambiente leve e doce do estande. Outras especialidades mais procuradas pelos visitantes por lá são os doces mais tradicionais, como o quindim, bombom de morango e aqueles à base de amêndoas.

Outras especialidades mais procuradas pelos visitantes no estande são os doces mais tradicionais, como o quindim, bombom de morango e aqueles à base de amêndoas. (Foto: Samantha Beduhn/JTR)

Quanto às expectativas para a Feira deste ano, Maria Eulália mostra-se um pouco incerta frente à tragédia climática que atingiu o Estado e impactou fortemente as famílias e a economia gaúcha. “A gente espera que possamos dar um passo à frente, e o Rio Grande do Sul todo está se empenhando bastante em ajudar. A gente procura comprar a maioria dos produtos daqui para produzir os doces, para ajudar o nosso Rio Grande a crescer e se envolver”, conta. “Mas estou otimista porque acho que somos um povo que se ajuda muito e acho que vai ser uma excelente Feira, se Deus quiser”, conclui.

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome