A música pulsa em Pelotas

Evento segue até o dia 31 de janeiro. (Foto: Paulo Rossi)

O Theatro Guarany ficou lotado, na noite de segunda-feira (20), para a solenidade de abertura do 13º Festival Internacional Sesc de Música. Até o dia 31 de janeiro, o maior evento de música erudita da América Latina reunirá 400 alunos e 50 professores de 13 países em dezenas de cursos e oferecerá à comunidade aproximadamente 60 apresentações gratuitas. No ano passado, 40 mil pessoas assistiram aos concertos realizados em diversos locais da cidade.

“A edição deste ano é, especialmente, ainda mais significativa, pois é a celebração de um grande esforço, da retomada da nossa atividade, após a tragédia das enchentes que todos nós vivemos e cujos reflexos atingiram, mesmo que indiretamente, o comércio, a indústria e os serviços. O festival envolve toda a comunidade e, além da arte, movimenta todo o comércio, a indústria do turismo e os serviços, desde os hotéis até aquele que vende o cachorro-quente. Além de desenvolvimento econômico, através do festival, a Fecomércio por meio do Sesc reafirma seu compromisso na promoção da cultura e no bem-estar de toda a comunidade”, declarou Joel Vieira Dadda, primeiro vice-presidente da Fecomércio.

Joel Vieira Dadda, primeiro vice-presidente da Fecomércio, ressaltou que o evento marca a retomada da atividade. (Foto: Paulo Rossi)

Para o gerente regional do Sesc Pelotas, Luiz Fernando Parada, a cidade abraçou o evento, como tem feito desde a primeira edição realizada em 2012. “A energia da cidade é maravilhosa, todos estão vivendo a música e a gente tem só que agradecer a comunidade pelotense por sempre esse apoio aos projetos do Sesc, em especial o Festival de Música, que é um evento gigantesco, que põe o nome da cidade em todo o mundo”, disse.

A secretária municipal de Cultura, Carmen Vera Roig, afirmou que o festival materializa a ideia de cultura pensada para Pelotas. “Dá uma alegria ver a cidade sendo utilizada pelas pessoas com alegria. É isso que a gente quer para Pelotas. Uma cidade que as pessoas usem os seus espaços públicos com arte e cultura e não há nada mais lindo do que a música para unir as pessoas”, destacou.

Em seu discurso, o prefeito Fernando Marroni (PT) apontou a importância do festival para a comunidade, reforçou as medidas de inclusão, como a tradução em libras e os programas em Braille como formas que permitem a cultura chegar a toda população, ressaltou a participação das orquestras estudantis municipais como ferramenta de difusão da música entre os jovens e falou da identificação da cidade com o evento.

Em seu discurso, o prefeito Fernando Marroni (PT) apontou a importância do festival para a comunidade. (Foto: Paulo Rossi)

“O festival nos conecta com a cultura, com a alma da nossa cidade e, para todos nós, é motivo de muito orgulho ter esse evento, que proporciona momentos de prazer, de reflexão, diversão a todos, sem exceção. É um presente para a nossa comunidade, um espaço democrático, onde a arte se torna de todos e sem barreiras. Além de ser um importante espaço de aprendizado, de intercâmbio cultural”, declarou.

Após os discursos, a plateia de 1,2 mil pessoas assistiu ao primeiro concerto da programação, executado pela Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo com regência de  Linus Lerner e no qual foram apresentadas obras de Otto Schwarz, Maestro Duda, a grandiosa Symphonic Overture de James Barnes e a icônica Rhapsody in Blue, de George Gershwin.

Após os discursos, a plateia de 1,2 mil pessoas assistiu ao primeiro concerto da programação. (Foto: Paulo Rossi)

Cortejo fez o centro transbordar de música

No fim da tarde, o Largo do Mercado Central foi tomado por músicos de toda a cidade, representantes de blocos carnavalescos, professores e alunos do 13º Festival Internacional Sesc de Música, que dali saíram em cortejo espalhando música por todos os cantos do Centro Histórico.

O Largo do Mercado Central foi tomado por músicos de toda a cidade, representantes de blocos carnavalescos, professores e alunos do 13º Festival Internacional Sesc de Música, que dali saíram em cortejo espalhando música por todos os cantos do Centro Histórico. (Foto: Álvaro Guimarães/JTR)

Entre o grupo que tocou peças populares do cancioneiro nacional, como Asa Branca, de Luiz Gonzaga, marchinhas e músicas de carnaval estavam Airton Krolow, de 62 anos, e, Lucian Krolow, de 36. Pai e filho sempre viveram da música e nela encontraram, além de uma ligação poderosa, um amor para toda a vida. Apesar de uma parceria, que começou quando Lucian, aos oito anos de idade, iniciou as aulas no Conservatório de Música de Pelotas e depois seguiu firme nas bandinhas alemãs e de carnaval, essa foi a primeira vez que os dois tocaram juntos no Festival Sesc.

“Eu achava que não deveria vir porque era uma coisa dos professores e alunos e eu não sou professor nem aluno. Então, não participava como uma maneira de respeitar esse momento. Mas aí descobri que existe uma abertura e que eu também poderia estar aqui e, prontamente, um dos professores me convidou e é claro que eu vim e daqui pra frente não vou mais deixar de vir”, contou Airton, que durante décadas integrou banda do 9º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército Brasileiro.

Airton Krolow, de 62 anos, e, Lucian Krolow, de 36, são pai e filho que sempre viveram da música e tocaram pela primeira vez no evento. (Foto: Álvaro Gumarães/JTR)

O convite que seduziu o ex-sargento do Exército partiu de um professor muito especial, o filho Lucian, músico da Força Aérea Brasileira, professor da Oficina de Choro do Santander Cultural em Porto Alegre e que há sete anos leciona no curso de instrumentos de sopro do núcleo de Choro do Festival Internacional Sesc de Música. “Depois de alguma insistência, o pai criou coragem, pegou a tuba e veio para o cortejo e foi uma experiência muito bacana poder tocar ao lado dele aqui, especialmente porque o Festival reúne o mundo inteiro em Pelotas para estudar e compartilhar música. Então, esse momento é muito especial”, comentou.

Evento reunirá 400 alunos e 50 professores de 13 países em dezenas de cursos e oferecerá à comunidade aproximadamente 60 apresentações gratuitas. (Foto: Álvaro Guimarães/JTR)

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