Pedro Osório celebra a tradição do cultivo de melancias

O produtor José Alencar Pinho, o Nenê, é responsável pelo plantio de 40 hectares da área total da fruta no município. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Pedro Osório é um dos municípios que se mantém fiel à cultura da melancia, mesmo com um número reduzido de produtores, de dois a três, e uma área plantada menor, em torno de 350 hectares, sendo destaque por possuir a área mais expressiva da região. A colheita ainda no início deve resultar em uma produtividade esperada de 40 a 42 toneladas por hectare. O maior produtor local tem área estimada de 250 hectares implantados com a cultura.

O produtor José Alencar Pinho, o Nenê, é responsável pelo plantio de 40 hectares da área total do município. Na propriedade, que fica na localidade de Matarazzo, estão cultivadas as variedades Manchester e Arriba, sem sementes. Nenê planta, ainda, outros 25 hectares na cidade vizinha de Arroio Grande. Ele explica que procura cultivar a fruta em áreas distantes uma da outra devido à suscetibilidade da cultura a vírus e outras doenças. “É uma estratégia, caso uma das áreas apresente problemas, para não transmitir para a outra”, disse.

Para o produtor, a Festa é uma importante vitrine para a fruta produzida na região. “A nossa melancia é a mais doce porque temos o diferencial do clima, com noites mais frias, o que deixa a fruta com mais açúcar”, explicou Nenê. Ele se dedica à cultura há 30 anos, tendo plantado sua primeira lavoura aos 18 anos e enfrenta um desafio a cada ano: encontrar áreas adequadas e torná-las propícias ao desenvolvimento da cultura, que requer áreas bem limpas, sem a concorrência de outras plantas. Por isso, prefere áreas de pecuária. “O plantio tradicional é o que mais dá certo, a terra precisa ser lavrada antes, pois quanto mais limpa a área, melhor”, explicou.

Nenê conta que o ciclo completo da cultura é de 90 dias. O plantio é feito de forma escalonada, entre o início de novembro e o fim de dezembro, para permitir colheitas em períodos diferentes. A colheita, com início nos primeiros dias de fevereiro, deve se estender durante todo o mês e, possivelmente, até meados de março. “Mas a melhor época para vender é no mês de fevereiro e, após o Carnaval, o consumo costuma diminuir”, afirmou. Segundo o produtor, o mês de janeiro é ruim para as vendas porque há muita oferta da fruta e o preço cai.

Na fase da colheita, uma das maiores dificuldades tem sido encontrar mão de obra especializada para a colheita da fruta, que deve seguir um padrão de tamanho, maturação e ser adequadamente acondicionada nos caminhões, que cumprem um longo trajeto até o mercado consumidor, o principal deles é o Estado de São Paulo. As cargas precisam seguir um volume determinado para não acarretar prejuízos ao produtor e ao transportador. Por se tratar de um produto altamente perecível, a comercialização precisa ser rápida.

Na propriedade, que fica na localidade de Matarazzo, estão cultivadas as variedades Manchester e Arriba, sem sementes. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Agricultura familiar

Durante a Festa, a melancia divide seu protagonismo com outras atividades advindas das pequenas propriedades na Feira da Agricultura Familiar. A extensionista da Emater, Carine Harter, chefe do escritório municipal, conta que serão apresentados produtos variados, tais como laticínios, doces, embutidos, mel e farináceos. O número de expositores é de 25, sendo que 10 deles participam do Programa Estadual de Agroindústria Familiar.

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