Na quarta-feira (24), a propriedade da família Tuchtenhagem na colônia São Domingos, em Morro Redondo, recebeu o Dia de Campo do Milho Pró-Milho RS.
O evento recebeu em torno de 100 participantes e foi realizado pela Emater de Morro Redondo com apoio dos colaboradores Plantécnica, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas, Empresa de Energia Solar ERA, Agropecuária Rural, Afubra, Morgan, Agro Muller, Morales, Sicredi, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Turismo, Embrapa.
Os anfitriões foram Rudinei Tuchtenhagem, da Veronica Bonow Tuchtenhagem, Tiago Bonow Tuchtenhagem e Maico Bonow Tuchtenhagem. Conforme a família, a propriedade conta com 25 hectares de milho e a atividade está servindo de experiência para obter conhecimento das variedades hibridas que proporcionem um melhor resultado.
No local, é utilizado calcário, aveia, cinza, e efetuado tratamento biológico contra pragas. A irrigação só foi usada no início do plantio. Como resultado da colheita que começou há pouco está se colhendo 200 sacas por hectare. “Agradecemos a equipe da Emater, Evaldo Voss e Patric Medeiros, que montaram o Dia de Campo, às firmas que conseguiram as sementes, os demais apoiadores. Esperamos que tenha sido bem aproveitado e que pro futuro possam realizar o segundo encontro”, afirmaram.
Já o engenheiro agrícola da Emater, Unidade de Cooperativismo de Pelotas, Geverson Lessa dos Santos, fez a demonstração do processo de Silo-Secadores. Foram construídos dois silos que abrangem até 500 sacos de grãos em cada um, que podem ser utilizados tanto para milho quanto para soja, um sistema que foi projetado pela Emater. Como a família já possuía o galpão, acabou investindo R$60 mil.
“O aquecimento do ar pela secagem através do sistema de fornalha de fogo indireto, isenta de fumaça e fuligem, traz benefício para a qualidade do grão. Pode ficar estocado no secador até um ano. Esse sistema é mais viável para agricultura familiar, tudo que precisa fica no mesmo local. A vida útil do sistema dura muitos anos com pouca manutenção”, explica. A empresa que construiu o sistema foi a Morales Industria Metalúrgica, de São Lourenço do Sul. O proprietário, Fabio Morales, também a demonstração dos produtos produzidos pela empresa.
Num dos estandes, a pesquisadora da Embrapa, Ana Paula Afonso, repassou informações sobre o manejo do pulgões do milho que envolve os danos diretos de sucção da seiva no floema, injeção de substâncias contidas em sua saliva que podem ser tóxicas as plantas e interferência na performance fisiológica das culturas, danos indiretos por transmissão de vírus durante a alimentação e a excreção do honeydew que causa alterações na microflora presente na superfície das plantas que, por consequência, influenciará em sua fisiologia.
Para o manejo, a pesquisadora cita a necessidade de controle químico e evitar escalonamento. Milheto, sorgo, cevada, aveia e tricale também são hospedeiros. Além disso, é preciso preservar inimigos naturais e eliminar plantas daninhas.
Sobre a cigarrinha do milho, ela destacou os aspectos do ciclo de vida, hospedeiro, relação com o milho desde alojamento e forma de transmissão. Para o manejo, foram repassadas as práticas para enfrentamento no período entressafra, semeadura, durante o cultivo e após a colheita.
Em outro estande, a Emater/RS-Ascar, através dos extensionistas Rodrigo Prestes e Luciano Ossanes, repassaram informações sobre fatores promotores de alta produtividade do milho híbrido, como o potencial produtivo, instabilidade, resistência a pragas e doenças, envolvimento da capacidade de investimento do produtor relacionado ao ambiente conforme a radiação solar, temperatura e regime de chuvas, além do manejo no que tange arranjo de plantas, adubação, controle de plantas daninhas, controle de pragas e doenças.
Outra informação relacionada à cigarrinha do milho oriunda do México é que o ciclo de vida é de 45 dias, ovoposita até 14 ovos por dia e adultos vivem até 52 dias. Quanto a danos, podem surgir redução de desenvolvimento vegetativo e radicular, morte de plantas jovens e transmissão do vírus.
O controle pode se dar de forma cultural, biológico e químico. Ainda foi demonstrado por fotos os sintomas de enfezamento pálido, do vírus risca do milho e de enfezamento vermelho.
O chefe do escritório da Emater Municipal, Evaldo Voss, agradeceu pela realização do evento. “Obrigado a todos os amigos que se juntaram para realizar essa ação. O que posso afirmar com certeza é que com amor ao que se faz e com Deus no coração, tudo vai dar certo”.
O Assistente Técnico Estadual da Emater de Porto Alegre, Alencar Rugieri, responsável estadual pela produção de grãos da empresa, falou da importância da realização deste evento, que leva conhecimento, e mostrou coisas próprias na prática do local, a época de plantio, que é diferenciada de outras regiões, o uso de tecnologias e irrigação, assim como sistemas que levam o desenvolvimento.
“Nesse sentido, o Estado através política do Pró-Milho, busca incentivar, fomentar a produção e produtividade. No caso específico deste encontro você visualiza os avanços que são possíveis em pequenas áreas, que é poder dar eficiência ao pequeno produtor. Dia extremamente vantajoso, mostrou a importância da integração da Emater com a prefeitura, produtores e as empresas privadas”, citou.
Também participaram extensionistas da Emater de Pelotas e Canguçu, prefeito Rui Brizolara (União), presidente da câmara de vereadores Maico Vega (União Brasil), vereadores Thiarles Schneider (PT) e Gilson Schwantz (PP), secretário de desenvolvimento rural e turismo Antonio Martins, Equipe Regional da Emater, Edgar Norenberg Supervisor, Ronaldo Maciel Gerente Regional, Evair Elerth Assistente Técnico Regional.
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