Audiência pública discutiu segurança nas escolas de Morro Redondo

Evento ocorreu por intermédio da Câmara de Vereadores através de proposição da vereadora Letícia Santos (PSDB). (Foto: Diones Forlan/JTR)

Na última quarta-feira (19), foi realizada uma audiência pública por intermédio da Câmara de Vereadores através de proposição da vereadora Letícia Santos (PSDB) para tratar sobre a segurança nas escolas. O evento, realizado no Centro Cultural de Eventos Valdino Krause contou com representantes do executivo, legislativo, secretaria de educação, Brigada Militar, 5ª Coordenadoria Regional de Educação e ex promotor de Justiça, representantes de escolas municipais, estadual e particular, além de em entorno de 30 pais de alunos que estiveram presentes.

O tema ganhou notoriedade nos últimos dias e necessitava ser debatido com a comunidade, autoridades competentes e rede escolar, para assim, superar este momento difícil que a comunidade escolar enfrenta. A vereadora Leticia Santos conta que este tópico não é novo, mas devido às circunstâncias, é preciso debatê-lo imediatamente. “Desde o ano passado estou levantando este assunto, mas agora precisamos pensar e efetivar ações para dar mais segurança às nossas crianças e adolescentes. Agradeço aos colegas vereadores da Câmara por apoiarem esta importante ação”. Por fim o intuito foi voltado a comunidade poder sugerir, opinar e tirar alguns encaminhamentos.

O presidente da Câmara Maico Vega (União Brasil), “está pauta tão importante pois trata da segurança nas escolas, dos nossos filhos, agradeço o trabalho da Brigada de patrulhamento que está sendo feito nas escolas e agradeço a todos pela presença”.

A vereadora Vivian Rickes Rosa (PSDB) citou “que a tecnologia veio pra trazer o mal também, tragédias que estamos vivenciando, precisamos de ações preventivas, métodos de justiça restaurativa”. Também falou que foi encaminhado na última seção um projeto de lei que visa a criação do conselho municipal de segurança pública, posteriormente para criação do fundo que potencializarão a poder pleitear recurso seja para patrulha, câmeras de segurança e para agregar ao trabalho da Brigada.

O vereador Thiarles Schneider (PT) agradeceu a todos os presentes, pela iniciativa da vereadora Leticia, oportunidade desta audiência poder ouvir a comunidade, exporem as suas demandas e opiniões para os devidos encaminhamentos.

A vereadora Maria Augustina Ludtke (Tininha) (Mais Brasil) comentou “que tão logo teve a tragédia em Santa Catarina, já começamos a discutir entre os vereadores visando tratar esta pauta no município, momento importantíssimo para prevenirmos e começarmos a cuidar dos nossos filhos que são os bens mais preciosos, mandamos para escola pensando que estão num lugar seguro, devemos estar atentos, seria fundamental que todos os pais pudessem estar presentes”.

O vereador Marcio Zanetti (União Brasil) reforça, “precisamos de ações de forma imediata, caráter da criança é formado desde o início, cuidados dos pais com as crianças para saberem com quem elas se relacionam, precisamos de leis mais severas, cada vez mais estamos ficando mais gradeados, precisaríamos de no mínimo 6 policiais presentes, um em cada escola, podia ter apoio dos recrutas do exército pra não ficarmos a mercê dos bandidos”.

O secretário de educação, cultura e desporto Anderson Guths (Teko) inicialmente falou da realidade do público de pais ser menor presente pois são os mesmos que vão nas escolas, deveriam estar todos, que tem o papel primordial da estrutura familiar. “O que nos dá um pouco de segurança é a Brigada Militar que está indo diariamente em todas as escolas, digo para os pais serem mais vigilantes com os seus filhos para poder colaborar com nós, são em torno de 1200 alunos no município envolvendo todas instituições de ensino. Esses dias tive uma conversa com alunos na escola onde foi perguntado e eles responderam que os pais deixam os filhos ficarem até altas horas na internet, jogando e que não fazem o tema, dão um celular para não incomodarem, precisa ter dialogo, conversa, e aí começa a surgir os problemas, alguém vai oferecer algo fácil. Devemos estar mais ligados e que possamos contar sempre com a Brigada que é o nosso braço esquerdo e direito, tomara que consigam ter mais policiais o que culminaria no aumento do efetivo. Quem sabe um dia possamos ter uma reunião que trate um assunto de escola com a grande parte dos pais presentes”.

A vice-prefeita Angelica Boettge dos Santos (PSDB) parabenizou os vereadores pela união para tratar esta pauta tão importante, não é só porque somos município pequeno que não temos problemas, a segurança já é desde colocar o filho na parada de ônibus, tem a questão da estrutura da família desde os mais carentes aos mais privilegiados de recursos, e que os pais devem estar atentos com os quem os filhos se relacionam na internet e precisa também de atenção com cada funcionário desde o motorista até o professor. Já tinha sido criada uma lei na câmara e estamos tratando agora porque deu uma tragédia. Por fim destacou que o queremos buscar é o fortalecimento de toda a rede, contem com o executivo para acolher as suas demandas.

Alice Maria Szezepanski Coordenadora da 5ª Coordenadoria Regional de Educação trouxe um ponto de reflexão e estudo, “era visto que um dia iria acontecer pois cada vez mais as relações são diferentes, a um tempo atrás a família ia num restaurante e tinham as crianças correndo lá no estabelecimento, hoje mudou pois elas ficam sentadas com um celular na mão, eram mais disciplinadas, no que inibimos elas de brincarem e precisaríamos deixa-las encarem o mundo, nós acabamos, tendo o caráter delas prejudicado de serem seres humanos melhores”. Coordenadora aponta o que precisaria mudar é ter limite, a nível mundial as reações de ataques em escolas já acontecem a mais tempo, são repassados via rede social de forma descontrolada, donos das redes não tem controle e as famílias também não. A gente nasce para ser pessoa do bem, mas ao longo da vida floresce o lado mal e se alimentando do lado ruim vai ser difícil controlar, internet se torno um ambiente de disputa, de brigas, discórdias, além de ensinar práticas ruins para serem replicadas. “Precisamos saber que as escolas tem as suas responsabilidades, família também e não podemos colocar nas forças de segurança toda nossa expectativa para que os problemas não aconteçam. Não depende de ter o policial na porta da escola para que o jovem não faça tal movimento, se ele tiver intenção vai fazer. Pais precisam saber com quem seu filho vai, onde ele anda e o que está fazendo diariamente. Temos que ter sempre limite e afeto. Toda criança precisa, temos que saber dizer não, hoje crianças escolhem o que comem, o que vão ver na tv, quando vão dormir e acordar, o que traz uma insegurança enorme, criança precisa de adulto, tem pais que entregam o celular e viram as costas, e ai o que vamos esperar deles. Tinha uma época que o jovem pedia para o pai pra namorar, para sair, algum dinheiro, horário pra voltar pra casa mas hoje ele faz o que quer. Precisamos perceber e ver os sinais de algo estava errado”, citou.

O José Olavo Bueno dos Passos ex-promotor de justiça do Ministério Público aposentado desde 2020 destacou três pontos primordiais um é a família, “jovens que vem duma família desestruturada, ninguém pega uma arma e sai matando, algum problema tinha, na família é preciso estabelecer os princípios, criança e adolescente tem que entender que estão numa fase que tem que ter um responsável por elas, que vai ditar as regras com educação. Pais precisam perceber as mudanças de comportamento, condutas do seu filho, para depois agir com prevenção. Pai tem que ir na escola, que é o processo de socialização, ir pra saber o que está acontecendo, ouvir o professor para ver se seu filho tem algum problema, o que ajudará pra pedir socorro, devido a correria muitos pais acabam não tendo tempo, outros chegam em casa e já deixam os filhos irem olhar tv ou acessar o celular pra usar internet”. Outro ponto é a escola que tem o papel de instruir, educar, estabelecer demonstrações de disciplina, comportamento regrado e harmônico, orientando as relações interpessoais e não substitui o pai. Um dos problemas apontados é que a escola trabalha com livro didático que falam do passado, os alunos querem assuntos atuais novos. Por isso educar se torna um desafio, a escola precisa ser mais interessante pra manter as crianças frequentando as instituições de ensino. Por fim o ponto relacionado a autoridades constituídas onde tange a segurança escolar, a população vê pessoas condenadas que acabam estando soltas, ou seja a lei precisa ser cumprida.

O Sargento Ubiratan Terra Portela, Comandante da Brigada Militar de Morro Redondo na fala inicial disse que já estão atuando com aumento de efetivo de policiais do próprio quadro no patrulhamento das escolas. Relata que a Brigada presa por dois tópicos Hierarquia e Disciplina, a base dos filhos vem das famílias, elas precisam olhar mais os celulares, olhar a mochila antes de ir para escola, observar se tem algum comportamento estranho. Por fim precisa do conjunto estar ligado, desde família, escola e Brigada.

O Capitão da 4ª Companhia do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM) Pablo Laco Madruga inicialmente relatou que após o ato em Santa Catarina, “tem ocorrido um intenso chamamento pela sociedade para mais segurança junto as escolas, relacionado a Morro Redondo não tivemos a nomeação de novos policiais para o quadro de policiais, há uma indicação que o governo do estado possa reativar o programa mais efetivos onde utilizaria os policiais da reserva que atuariam em rondas nas escolas. Mas está ocorrendo com a disponibilização de gratificação para os profissionais do quadro atual de Morro Redondo que estão em horário de folga poderem atuar em outros horários no patrulhamento das escolas. Aqui na região foi autorizado pelo Comando e com isso já está tendo este reforço aqui”, explicou.

No final foi dado os encaminhamentos da audiência onde a câmara já encaminhou ao executivo a criação do conselho de segurança pública, também a solicitação de criação da guarda municipal e equipe de rondas, além de treinamento para os profissionais e fortalecimento da rede.

Confira os telefones de contato para fazer denúncia de algum ataque junto as escolas com a Brigada Militar (53) 32240300, (53)32521275, (53)999884635 e 190.

Também participaram da audiência, diretora do Colégio Estadual Nosso Senhor do Bonfim Aline Becker Crisel Tessmer, diretora da escola particular Sonho Mágico Daiane Piske, conselho tutelar, CPM da escola Alberto Cunha, CPM do Colégio Bonfim, diretora da escola Darci Marques Adam e do conselho municipal de educação Ana Eliziane Borges de Freitas e Valeria Feldens representando a direção da escola Alberto Cunha.

Você pode conferir a audiência na integra no canal do Youtube TV Camara Morro Redondo no link https://www.youtube.com/live/8slygsamzXM?feature=share

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