Estudantes, pais de alunos e demais representantes da comunidade de Canguçu se reuniram, na terça-feira (11), em frente à Escola Estadual de Ensino Fundamental Irmãos Andradas para protestarem acerca das más condições e infraestrutura do educandário.
A instituição de ensino enfrenta sérios problemas de estrutura, como o telhado em situação precária, colocando alunos, professores e demais funcionários em situação de risco. A comunidade pede por ações do poder público. A Irmãos Andradas é uma das escolas mais antigas e tradicionais do município, com mais de 100 anos de história, atendendo cerca de 500 alunos atualmente.
A situação é preocupante, principalmente pela interdição de três salas de aula desde setembro do ano passado devido ao risco de desabamento do telhado. Com isso, algumas turmas tiveram que ser realocadas para outros espaços da escola.
Em entrevista a rádios locais, o diretor José Secundino Vargas ressaltou a indignação e frustração com a demora do governo do Estado para tomar providências frente à precariedade estrutural da escola. Vargas chegou a frisar que a situação é reflexo de um descaso que vem ocorrendo com a educação.
A reportagem conversou com Sandra Penning, advogada, mãe de uma aluna, que viralizou nas redes sociais com um vídeo narrando a atual situação do educandário. Sandra é mãe de Livia, que estuda no 2º ano, e não esconde que se sente insegura em mandar a filha para a instituição sabendo dos problemas enfrentados. “São vários detalhes que precisam ser considerados. Ela reclama também que não tem uma praça para brincar. Que agora a praça também está interditada”.
A advogada destacou que o caso é bem complexo e envolve vários fatores, como falta de estrutura elétrica e de espaço coberto para atividades ao ar livre, entre outros. “A minha filha está estudando, ela e os demais colegas, em salas improvisadas, salas que foram divididas e estavam no refeitório da escola e estavam até pouco tempo em banquetas de refeitório daquelas mesas de refeitório. Agora, essas banquetas foram substituídas por cadeiras, mas, ainda assim, eles não têm espaço para se locomover dentro da sala de aula, não tem ventilador, eles não têm espaço. Para um sair e deixar seu lixo no lixo, as outras crianças da mesma fileira precisam se levantar. O professor não consegue chegar no quadro para passar no quadro. Então, a situação é muito, muito, muito precária!”.
Sandra comenta que o vídeo que circulou pela internet foi gravado por outro pai de aluno. “Esse vídeo foi criado pelo Eduardo, ele é um cinegrafista, é um rapaz que fez a captação das imagens. No entanto, quando ele postou esse vídeo, eu utilizei e fiz uma postagem, um remix pelo Instagram para fazer alguns comentários junto do vídeo para chamar a atenção da comunidade das pessoas que porventura viessem assistir para que essa situação chegasse aonde precisa chegar”, contou a advogada.
A reportagem também conversou com o cinegrafista Eduardo Silva, criador do vídeo em questão, que salientou o medo que sente de o telhado cair sobre as crianças. “A estrutura está toda comprometida, a fiação comprometida e é uma escola antiga não se faz vistorias há anos”.
Sobre a produção do vídeo no qual evidencia pontos críticos da estrutura da escola, Silva contou que utilizou suas ferramentas de trabalho com intuito de dar visibilidade à importância da pauta. “Que sejam feitas as prometidas reformas para que os nossos filhos tenham condições de estudar na escola”, pontuou.
como o telhado em situação precária. (Foto: divulgação)
Estado se pronuncia
A Secretaria de Obras Públicas (SOP) anunciou que a reforma da Escola Estadual de Ensino Fundamental Irmãos Andradas, em Canguçu, terá início nas próximas semanas. O pronunciamento ocorreu em um encontro realizado entre vereadores canguçuenses e o deputado estadual Marcos Vinícius de Almeida (PP). O presidente do Legislativo canguçuense, Jardel Oliveira (PP), e os vereadores Mauro Silveira (MDB), Eduardo Martins (PP), Márcio Schuwartz (PP) e Ritieli Sampaio (Republicanos) apresentaram a situação da escola ao deputado, que ligou para a secretária estadual de Obras, Izabel Christina, pedindo providências.
Segundo a pasta, os trabalhos serão conduzidos pela empresa já contratada para a região, dentro do modelo de contratação simplificada adotado pelo governo estadual desde março do ano passado.
O novo sistema permite que as licitações sejam realizadas por lotes, conforme a jurisdição das Coordenadorias Regionais de Obras Públicas (Crops), eliminando a necessidade de abrir um processo para cada intervenção. Com isso, a solicitação do serviço ocorre diretamente à empresa pré-selecionada, acelerando os trâmites para a execução dos serviços de melhorias.
Em nota, a secretaria destacou que o governo estadual está destinando mais de R$ 55 milhões para a recuperação de 70 escolas, atendendo a um total de 77 demandas e que a revitalização da escola faz parte desse esforço para melhorar a infraestrutura da rede pública de ensino.
