Os pequenos agricultores de Arroio do Padre bem que têm tentado buscar informações sobre outros cultivos e atividades para diversificação e, até mesmo, para uma mudança na matriz produtiva de suas propriedades, mas o tabaco ainda é a principal atividade agropecuária do município, ressalta o engenheiro agrônomo Ricardo Bonini Afonso, chefe do escritório municipal da Emater local. Segundo Afonso, a cultura é a que envolve o maior número de famílias, propriedades e área cultivada.
“Estima-se que dos 486 estabelecimentos da agricultura familiar, 280 estão envolvidos com a produção de tabaco”, diz o agrônomo, com base nos dados do Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ele ressalta que os números variam e há alterações nas áreas de acordo com o ano, resultados de safras anteriores e expectativas do ano seguinte. “Alguns aumentam suas áreas e outros reduzem, mantendo o total de certa forma estabilizado”, diz.
As mudanças até ocorrem, mas de maneira geral não representam uma tendência ou transformação como a que ocorreu na produção de leite, que sofreu uma redução drástica no número de produtores. “A produção agrícola no município é bem diversificada e a maioria das propriedades têm, além da produção de tabaco, outras atividades, principalmente para o consumo pela família, como frutas, hortaliças, aves, suínos, feijão e outras”, ressalta.
A data de 25 de julho, quando se comemora o Dia do Colono e do Motorista, tem grande importância para municípios como Arroio do Padre, que têm como principal característica a presença dos agricultores familiares, responsáveis pela maioria dos alimentos que chegam até a mesa dos brasileiros, diz o agrônomo. “Frutas, verduras, leite, carnes, ovos, e tantos outros alimentos são produzidos basicamente nas pequenas propriedades”, ressalta.
E os motoristas, por sua vez, são os grandes responsáveis por toda a movimentação destes e muitos outros itens que chegam à mesa da população todos os dias, complementa.
A característica marcante da população de Arroio do Padre é a origem Pomerana e o trabalho das famílias na produção agrícola. “A base da economia do município está na agropecuária, com a produção de tabaco, leite, hortaliças, frutas, milho, soja, e outros produtos para consumo pela família”, aponta.
Afonso destaca ainda a grande procura junto à Emater por atividades para o aproveitamento dos alimentos, inserindo também a atividade de agroindústria dentro das propriedades. Cursos para a produção artesanal de derivados de leite e de conservas ácidas são oferecidos aos produtores, através de parceria entre a Emater local e o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa). “Nos cursos são tratados temas sobre as boas práticas de fabricação e agregação de valor aos produtos in natura já produzidos nas propriedades rurais”, explica o agrônomo.
Segundo ele, no curso artesanal de derivados de leite, os participantes são orientados sobre o processo de pasteurização. Também são elaborados produtos como o queijo colonial, iogurte, requeijão, doce de leite e a maionese caseira. Já no curso de conservas ácidas, olerícolas como a cenoura, cebola, beterraba, couve-flor, pimentas, vagem e outras são transformadas em produtos em conservas, ressalta. “Além disso, nos cursos são produzidos condimentos como o sal temperado, pasta de alho e molho de tomate”, acrescenta.
Segundo o extensionista da Emater, pode-se dizer que o perfil dos agricultores do município se mantém estável e com uma característica de muita dedicação ao trabalho pela família. “Além das atividades mencionadas, ainda pode-se ver uma produção caseira de massas, cucas, biscoitos, doces, conservas, entre outras”, diz.
Esses alimentos são produzidos tanto para o consumo familiar, quanto para a comercialização, através da participação em feiras e vendas diretas. “A equipe do Escritório Municipal da Emater/RS de Arroio do Padre aproveita a oportunidade para parabenizar os agricultores familiares e motoristas pela importante data que cada vez mais deve ser reconhecida e valorizada”, finaliza.